Não estou triste, certamente cansada devido ao peso do conjunto de minha própria obra de tantos anos e labutas.
Não estou desistindo de absolutamente nada, apenas tentando frear a mente caudalosa
Cachoeira incessante.
Não quero mudar absolutamente nada e a ninguém,
Alguém já conseguiu tal feito?
Não quero trocar
Apenas, novas mentes para dialogar.
Sim tens razão, de repente tudo será exatamente igual...
Sinto que preciso tentar, como sempre o fiz
Novos campos pra outras semeaduras
Não estou fugindo, o universo é infinito
Pra que então, limitar-me por qualquer razão
Se sou livre como os pássaros e as borboletas
E produtiva como as abelhas?
Sim, também sinto medo
Faltam-me braços para acolher-me
Mãos delicadas para enxugar minhas lágrimas
Um corpo quente para transporta-me ao céu...
Não reclamo de nada, mas sinto falta também
Das luzes de uma parceria
Do silêncio de um amor amigo .
Sim, sinto um velho receio do surpreendente novo,
Sinto até medo de gostar e querer ficar.
Sinto inclusive culpa por querer partir
Deixando pra traz o que tanto amei...
Regina Carvalho- 30/9/2023 - Itaparica
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