Desde que amanheceu o dia, já fiz de tudo para desenvolver um texto, mas confesso que sequer um tema pipocou em minha mente, restando-me escrever sobre a minha ausência total de inspiração.
Raro, mas acontece, afinal, que posso fazer se meu tico e meu teco, resolveram dar um tempo?
Terá sido por causa do imenso calor dos últimos dias?
Talvez, um apenas cansaço de uma longa jornada de produção ininterrupta?
Não sei...
Resta-me então, escrever sobre a minha falta do que escrever e isto é um absurdo, inadmissível, afinal, o mundo está em pleno rebuliço, até a minha bucólica Itaparica, remexe-se com a política, esquentando ainda mais as águas já naturalmente mornas, deste mar que me fascina...
Usei vários estilos de músicas, na esperança de servir de incentivo para a minha mente, até ater-me em Shubert- Serenade que simplesmente adoro e que me traz uma imensa paz, mas nem assim...
Penso nas guerras existentes e sequer consigo escolher uma, já que todas se parecem desde suas motivações, até suas consequências sanguinolentas e de tão iguais, passo adiante, atendo-me as guerras urbanas, tendo em minhas retinas, ainda os ataques dos milicianos no Rio de janeiro, queimando vários ônibus e as almas de centenas de pessoas, na volta de um dia inteiro de labutas, desejosos de em suas casas chegarem.
Penso inevitavelmente que o mundo enlouqueceu, que as barbáries retornaram com força total e que eu, ainda vivo para testemunhar todo este flagelo humano, mesmo existindo uma internet, que deveria servir para instantaneamente, levar e manter a ideia e os exemplos da paz.
Penso então, que o equilíbrio, a razão e o amor, se enquadrou em tudo que tem vida, menos para o homem, perfeição da natureza.
Por que será?
Desvio o olhar da tela do notebook e o fixo no jardim e percebo encantada que tudo está tranquilo e harmonioso, mesmo neste calor abrasador e eu, contaminada com esta serenidade, integro-me intensamente, deixando livre à mente para que esta, se permita voar como os pássaros nesta manhã, sem qualquer especial inspiração.
O galo do vizinho começou a cantar, assim como eu, reverenciando a vida.
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