terça-feira, 10 de outubro de 2023

BUSCANDO CURA

Mais cedo do que nunca, cá estou no silêncio da madrugada colocando em letras os sentimentos que reservo em mim, expulsando as dores que ainda persistem rondando a minha mente, cansada de guerra.

Ouço enquanto escrevo, SERENADE de Schubert, deixando-me deslizar pela sonoridade do piano que como um condão mágico, aplaca toda e qualquer possível agitação interior, fazendo emergir lembranças que fazem doer.

A carne que me envolve, assim como a mente que abriga meus sentimentos, jamais se importaram em deixarem transparecer meus ais, fossem de dor ou prazer, sem se importarem com os efeitos que causariam nos outros, porque em mim, são como elixires benditos a curar-me, secando feridas, enxugando lágrimas, alisando amorosamente minha alma.

Neste instante, ouço uma revoada de pássaros adentrando agitados em meu jardim e nem a música e tão pouco as janelas fechadas, os impediram de com os seus cantos, desejarem-me um bom dia.

Eles lá fora, antes mesmo do dia clarear e eu aqui dentro, dedilhando curas em mim, expressamos vidas, num passo a passo cotidiano que explode em emoções, gotas homeopáticas de liberdade, razão maior das existências, neste mundo complexo, mas também fascinante.



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