Acordei pensando na Carta-testamento de Getúlio Vargas, escrita horas antes do suicídio, em 24 de agosto de 1954, dirigida ao povo brasileiro e que foi lida, durante seu enterro, pelo político petebista João Goulart.
Há controvérsias quanto a autoria, mas nunca conseguiu-se provar quem realmente teria escrito se não o próprio Vargas.
Imediatamente, faço a correlação com os políticos de lá pra cá, que, afinal, a passos largos, saem da História para entrarem na vida corriqueira que se inclui, difamações e até cadeia.
Não estou fazendo apologia aos valores anteriores que estão por completar setenta anos, que pude testemunhar, mas pensando que não importa o tempo em que se analise os comportamentos políticos de nosso país varonil, até mesmo, quando se invertem os papeis, como no caso de Getúlio, Tancredo Neves, sem esquecer do sorridente JK, os mesmos são muito parecidos, nos seus enredos dramáticos, só sofrendo alguns retoques com adições cômicas para o deleite da maioria do povo, que oscila entre as desgraças e as pilherias, quando da eleição e posse do atual Governo.
Afirmo que são iguais ou muito parecidos, justo porquê, das vezes anteriores, todo o esquadrão envolvido nos escândalos ou simplesmente nas cortes, inclusive contrárias, permaneceram nos salões dos escolhidos, numa confraria de afins, digna de ser admirada, mantendo ativamente vivo as atividades, antes condenadas.
Nestes espetáculos de agrado ao público, só não apareciam os Deuses do Olimpo da Justiça que se mantinham invisíveis, dominando o espetáculo, mas eis que surge um destemido ministro do STF Excelentíssimo Dr. Carlos Augusto Ayres de Freitas Britto, professor, escritor, jurista, advogado, magistrado e poeta brasileiro. Foi ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2003 a 2012, tendo sido presidente daquela corte e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2012 ,que diante do congresso, alivia a barra da já deposta presidente Dilma, garantindo a ilustre cidadã, as mordomias dos ex, assim como, a possibilidade em se manter atuante no palco das mambembes apresentações políticas.
Mais do que destemido, esse Deus do Olimpo, abriu as portas para que os demais, também aparecessem, cada qual, ostentando o seu grau de importância, numa peça que já estava sendo devidamente elaborada.
De repente, os demais Deuses passaram a mostrar seus rostos e todo o grau de suas importâncias, ao ponto de hoje, sem qualquer cerimônia, moverem as cordas das marionetes públicas, civis e militares a seu bel prazer, explorando o único interesse de nossos prestigiosos políticos e fiéis correligionários de qualquer esfera que é justo, se darem bem e estarem como cartas marcadas em todas as peças encenadas.
E nós, plateia não menos fiel, cá estamos, cada qual, nas poltronas de nossos próprios valores, no que se inclui as arquibancadas, para a esmagadora maioria e até mesmo, nas pipoca baianas dos carnavais humanos, aplaudindo ou simplesmente como eu, assistindo a uma velha peça, cujo enredo já deu, mas fazer o que, se nossos roteiristas, nada mais são, que filhos, netos e sobrinhos dos antigos dramaturgos?
Verdade dos fatos?
Nem mesmo no tempo em que éramos Colônia Portuguesa, este era um quesito jurídico de real importância, afinal, custei a entender que “verdade” é tão somente, a premissa que convence...
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