segunda-feira, 20 de março de 2023

VOTOS DA INSENSATEZ...

Em outros tempos com a premência imposta pelo imediatismo, fosse em apresentar uma pauta profissional ou mesmo a juventude, tão logo eu chegava de um eventos de qualquer natureza, corria para registrar os fatos, sempre acompanhados da minha impressão de cronista, não dando tempo do tico, conversar com o teco sem que a passionalidade do calor do momento, não o influenciasse.

Perder este vício da instantaneidade em querer no mínimo ser a primeira a oferecer o furo da notícia, não tem sido fácil, nestes quase quatro anos fora dos microfones da Rádio Tupinambá, mas como sou uma tenaz aluna da vida, creio que estou aos poucos melhorando significativamente, tanto que, fui a um evento na semana passada e só agora, vou escrever sobre ele.


Saúde era o tema da reunião entre funcionários da mesma e a população das comunidades de Ponta de Areia e Amoreiras para que se elegessem propostas para serem apresentadas na conferência na próxima semana, além de que se pretendia eleger, como se elegeu, pre candidatos que irão concorrer aos cargos de delegados  que representarão a cidade.

Na ocasião, algumas sérias propostas foram pautadas e aí, a velha soldada das muitas batalhas sociais de Itaparica, deixou a mesma emoção dominar as suas emoções e por instantes que confesso foram incríveis, esqueci das mesmices que estas conferências sempre representaram, pois no final, nas práticas pouco ou quase nada se alteram, já que se por um lado os funcionários estão querendo ajudar, oferecendo seus conhecimentos acadêmicos e práticos, por outro, existe um sistema arcaico e viciado que não muda uma virgula, na aplicação das poucas novas ingestões progressistas em função do bem comum.

De repente, lá estávamos discutindo os mesmos problemas que se repetem incansavelmente ao longo de décadas, justo porque, permanecemos discutindo a mesma temática ou seja, os prato e os copos e não sobre a comida que comemos e que precisamos comer, não porque não queiramos, mas porque, não temos alcance de poder e muito menos voz, até porque, tudo já vem devidamente enquadrado dentro dos limites autorizados por um poder maior. 

A força da incongruência paira por todo o tempo, já que chega a ser ridículo que se precise fazer reunião para que ações básicas de respeito às necessidades básicas do povo cheguem aos ouvidos dos senhores do poder, quando, suas carências são tão explicitas que afrontam a qualquer um que deles precise ou simplesmente tenha a decência em reconhece-los sem os véus da vergonhosa omissão que são usados sistematicamente por vereadores, Prefeitos e Governadores, isso sem esquecer dos deputados e senadores que na maior cara de pau, usam essas mesmas mazelas para angariarem seus votos, nesta e em todos os recantos deste nosso pais, onde a fome, a deseducação e a miséria de todos os níveis, são os protagonistas.

Desculpem a minha áspera franqueza, mas quem sente dor quer alívio, mas é esta mesma pessoa que sente dor que apoia a ingestão de recursos para festas e bandeirolas e que fecha os olhos e se torna também, surdo para os superfaturamentos, num esquecimento brutal de todas as suas reais necessidades, num negativismo de suas realidades cotidianas, numa demonstração cruel do quanto somos um povo ignorante em relação a qualidade de nossa próprias vida.

Penso então, que nenhuma gestão pede opinião ao povo para contratações absurdas a preço de ouro, assim como para todas as ações que dizem serem para o povo, porque então, em relação a saúde precisam que lhes digam o óbvio que vem aleijando e matando desumanamente?

Porque não formam comissões de populares para aprovarem os salários pagos aos comissionados, os cachês das grandes bandas e cantores, dos custos dos enfeites e pracinhas, dos aumentos astronômicos do recolhimento mambembe do lixo ou mesmo do metro quadrado dos calçamentos?

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