quarta-feira, 8 de março de 2023

TODOS OS DIAS, MULHER

Hoje, madruguei e cheguei ao meu pingadinho as quatro da manhã, antes mesmo da chegada de qualquer passarinho ao mundo encantado de dona Regininha e enquanto escovava os dentes diante do espelho, me achei mais bonita do que nunca e comecei a rir da minha cara de pau em gostar tanto de mim.

Passei os dedos pelos meus cabelos, admirando carinhosamente  este manto prateado que adorna o meu rosto marcado pelo tempo, mas absolutamente  livre da prisão que o bendito tempo, quando muito vivido, pode encarcerar.


E aí, lembrei que hoje, é o dia dedicado a mulher, essa coisinha bonita e gostosa que Deus, generosamente cobriu de predicados e funções e que desde sempre, precisou cavar arduamente o seu espaço de liberdade aqui ou em qualquer lugar deste planeta.

Então, penso no homem e no quanto sua presença e atuação são fundamentais na escavação árdua deste caminho de vivencia com liberdade para que junto a mulher, possa seguir o mesmo trajeto de apenas viverem em contínua parceria.

E quando penso no homem, impossível não lembrar de meu pai que além de ter sido o primeiro em minha vida, foi também o que em minhas mãos colocou a pá e a enxada, representando a garra e a determinação, para que eu aprendesse desde muito cedo, o valor de minha própria força.

Ensinou-me a enxergar o homem como parceiro, amigo e companheiro, mas jamais cedendo a ele, a minha própria liberdade.

Liberdade limpa da autenticidade, liberdade consciente dos meus limites, liberdade no sentir e no pensar, no querer e no amar.

E aí, depois da longa caminhada, posso olhar no espelho e ousadamente ainda me achar linda e poderosa, pelo muito que cavei com a mesma pá e a mesma enxada, sem qualquer acanhamento em reconhecer nos homens a minha volta, meus complementos, auxiliares e guias, fantásticos mestres que me inspiram.

E como faço em todos os anos no dia dedicado a mulher, usando de minha bendita liberdade, aplaudo os homens, meus grandes companheiros terrenos e universais, com os quais, não disputo e não meço forças, apenas dou e recebo, na medida exata do nosso engrandecimento.

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