Último dia do mês dedicado as mulheres e ainda não me sinto confortável para escrever a respeito, afinal, estamos vivendo uma suposta “era de liberdades” de todas as formas e ao mesmo tempo, estamos todos, mulheres e homens atados a uma velada prisão quanto aos raciocínios lógicos, restando-nos acompanhar os fluxos das ondas sociais ou sermos execrados por nadarmos no sentido contrário.
Como mulher, mas acima de tudo como um ser humano, confesso que jamais em minha vida me senti tão encurralada em becos sem saídas, quanto, nos últimos anos, como se para fazer sobreviverem as minhas convicções, fosse necessário abrir mão da minha sagrada liberdade de falar e escrever a respeito, precisando medir milimetricamente minhas palavras para não contrariar infinitas vertentes que se formam a cada dia, com os títulos de conquistas.
De repente, um novo achismo, baseado não em realidades universais, onde fatores de fundamentais importâncias tenham sido avaliados em seus muitos variantes aspectos e sim, em realidades de grupos específicos, tornam-se verdades incontestáveis e em absolutamente nada a lógica comparativa, encontra espaço para uma análise mais profunda, respeitando-se acima de tudo as diferenças culturais e educacionais.
Traduzindo em miúdos o que eu tento cautelosamente escrever para não apanhar tanto dos homens, quanto das mulheres, principalmente das que estão ainda nos cueiros dos trinta e poucos anos é que, em países analfabetos e atávicos em suas estruturas de todos os níveis, copiar-se “conquistas” sem o devido discernimento comparativo das grandiosas diferenças culturais e educacionais, só pode acarretar distorções crescentes, chegando lamentavelmente aos índices só comparados as barbáries possíveis de serem constatadas em qualquer rincão de nosso continental país.
Venho lamentavelmente observando que comemoramos sistematicamente as remediações, mas sem qualquer noção do que seja, prevenções, seja no tocante a mulher ou ao ser humano como um todo, seja na educação, na saúde e no respeito as prioridades básicas que verdadeiramente são capazes de permitirem que as pessoas se sintam livres.
Afinal, no meu achismo de apenas observadora através da passagem das muitas décadas já vividas, não vejo conquistas e sim, enganações emocionais que superlotam os CAPS, os Hospitais, os consultórios psiquiátricos ou terapêuticos e o que é pior, as prisões e os cemitérios.
ACHO, no primarismo de uma sempre aprendiz, que devemos subir os degraus das ideias e dos ideais, considerando o devido estado da escada em questão, no mínimo, para evitarmos quedas absolutamente desnecessárias ou, para que ao chegarmos ao topo desejado, não estejamos mortos ou cansados em demasia, não sentindo assim, o delicioso gosto da conquista.
SEM DIGNIDADE, NÂO HÁ LIBERDADE E MUITO MENOS CONQUISTAS.
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