segunda-feira, 6 de março de 2023

ASSASINANDO OS NEURÔNIOS

Acordei nesta segunda sem sabiá ou bem-te-vis, não que eles não estivessem presentes em meu jardim como de costume, mas porque meu cérebro estava tão movimentado de ideias, salpicando freneticamente palavras, que me foi impossível conciliar.

O assunto é justo o que vem chamando minha atenção nos últimos anos que é a precariedade dos raciocínios lógicos e suas influências nos nossos caráteres e posturas sociais, num assassinato em massa dos benditos neurônios, desviando das estradas de uma possível estabilidade minimamente harmoniosa de convivência social, para uma infinidade de atalhos com os títulos de “influenciadores digitais”.


Estes são locais propícios para que todos os tipos de achismos e desvios emocionais se apresentem, cobrindo todas as faixas etárias, apresentando-se como doutores disto ou daquilo, numa bizarrice colorida, musical ou travestida de seriedade, capazes de verdadeiramente atraírem milhares, milhões de seguidores que como zumbis, passam a crerem e a agirem, segundo suas informações.

Estas plataformas tornaram-se sucesso mundo afora, mas aqui entre nós, povinho que arrasta um histórico de desinformação, assim como décadas de um ensino decadente, os efeitos se mostram altamente danosos e genocidas, já que jamais em tempo algum, o medo, o separatismo, os preconceitos, a alienação, as paranoias de todas as espécies estiveram tão representadas em nossa sociedade a cada instante, num pot-pourri de contradições, antagonismos, mentiras, falácias e tudo quanto é capaz de fazer tremer a qualquer mortal que ainda use seus preciosos neurônios, para simplesmente pensar, refletir, analisar e tirar conclusões assertivas e concisas.

Como uma comunicadora e principalmente cronista, a cada instante, venho acompanhando desde o final dos anos oitenta, a decadência intelectual e consequentemente social, moral e ética de nossa sociedade brasileira, lamentando profundamente o simples fato de que, o lógico foi se tornando banal e a ignorância acompanhada da arrogância, ganância e da vaidade, foi se estabelecendo com o apoio e maciça divulgação das redes de comunicação, na valorização do apenas esquisito ou vulgar, como amostragem contínua de progresso libertário.

Nesta manhã, acordei também confusa e assustada, afinal, a cada instante, falece aqui e em qualquer parte deste nosso mundo globalizado, as mentes pensadoras e mantenedoras dos lógicos como pêndulos equilibratórios.

 Concluo assustada que há de chegar o momento em que, finalmente, não restará mais nenhum e aí, José, como ficará este mundo de influenciadores digitais e seus zumbis populacionais?

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