domingo, 5 de março de 2023

NAS ASAS DAS BORBOLETAS

Já que a internet desapareceu, mas graças a Deus a do celular está presente, coloco músicas, porque sem elas, aí sim, o bicho iria pegar...

Apoio minha cabeça entre as mãos, enquanto meus cotovelos descansam por sobre a mesa e então, além da deliciosa música, posso ouvir a chuvinha que generosa tornou a voltar, encharcando o jardim, numa compensação pelos muitos dias de sol quase que impiedoso.

No momento quem canta é Carole King, numa deliciosa interpretação de You’ve Got a friend que ouço, deixando a melodia passear em minha mente.


Viciei-me tanto desde a minha infância com estes momentos de profundo relaxamento, que chego a pensar que algo em mim se desprende e vai para algum lugar que jamais consegui descobrir, qual, afinal, ao voltar, mantém reserva total.

Todavia, deve ser um lugar ou lugares espetaculares, pois, volta mais serena, delicada e jovial com esta matéria, que ao contrário da mente, foi se desgastando ao longo do tempo.

Neste instante, Caetano Veloso na companhia de Maria Gadú, canta “O Nosso Estranho Amo”  e aí, como não pensar no quanto sempre fui capaz de amar e de receber o exato amor que podiam me oferecer, levando-me a deduzir, que provavelmente, nestas ausências mentais, lá estava minha mente vibrando nos céus das realizações pessoais e ao retornar para esta frágil matéria, vinha tão abastecida que recarregava as forças, mesmo quando estas, se mostravam quase que incapazes.

Viciei-me de tal forma com as escapadas sistemáticas desta minha mente incontrolável que ainda hoje, deixo-a livre para ir e voltar nestes instantes, que hoje, quase ininterruptos, aprendi por ser abusada a segui-la, na curiosidade em conhecer seus redutos de prazer e para tal, sigo-a silenciosamente nas asas leves das benditas borboletas que jamais deixaram de me servir com suas generosas parcerias de vida e liberdade.

E nessas viagens de minha transloucada mente, descobri encantada, o quanto ela sempre foi seletiva, discreta e incrivelmente fiel, mas também, abusadamente possuidora dos seus alvos escolhidos.

Sentir-se feliz é a meta, libertando a mente e seguindo-a nos seus voos, através dos caminhos benditos do prazer.

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