terça-feira, 7 de março de 2023

HGI - RUIM COM ELE, PIOR SEM ELE

Por favor, leiam com atenção para não comentarem baseados nas suas próprias duras experiências e assim, criminalizando um atendimento que, até está aquém de ser o ideal, mas que dentro do abandono da saúde pelos nossos governantes, ainda é capaz de salvar vidas, aliviar dores e amparar a chegada de novas vidas.

Em nosso país, os governos arranjam dinheiro para tudo, tiram daqui para colocar ali, na distribuição dos recursos arrecadados, pois o que não faltam são assessorias pagas a peso de ouro para ajeitarem as contas, deixando tudo matematicamente bonitinho para engambelar os órgãos fiscalizadores, porque a nós, cidadãos, há muito deixamos de ser preocupação para os nossos gestores.


Focando na nossa Itaparica, há vinte e um anos ouço e leio gritos de socorro isolados e pontuais em relação ao HGI, assim como visitas também pontuais de órgãos e vereadores, com direito à fotos promocionais, todavia, nas minhas análises de cidadã e comunicadora, permaneço fiel na  lógica de que, se o mesmo fosse tão ineficiente, convenhamos que grande parte da população já teria falecido.

Uma coisa é um cidadão, denunciar um pontual mal atendimento ou mesmo erro ao CRM ou apenas, nas redes sociais, outra coisa, é transferir para o hospital a responsabilidade da regulação, quando este é um problema nacional, pois, enquanto cidadão, na hora da votação dos pleitos eleitorais, nos esquecemos que o dinheiro que poderia ter sido destinado a uma considerável melhoria da saúde, teve como prioridade a construção de estádios de futebol, bailes carnavalescos, festas populares com direito a contratações superfaturadas de bandas, assim como de todos os mazelentos gastos, muitos denunciados, que poderiam estar sendo direcionados a saúde.

Diariamente, o saguão do HGI, está repleto de pacientes que são atendidos na medida do disponível não só, quanto a complexidade do acordado com o Governo do Estado, como com o possível dentro dos recursos recebidos mensalmente.

Portanto, creio que o ideal é que se fiscalize sem alardes que assustam e deixam uma população ainda mais fragilizada e que se busque junto ao governo do estado, o sempre tão prometido, mas jamais cumprido que é justo, melhorias nas condições do  HGI, mantendo uma severa vigilância quanto ao acordado em contrato com a empresa terceirizada.

Pintar paredes, ampliar ambientes, colocar um aparelho ali ou acolá, na estrutura física do hospital, será sempre bem-vindo por ser necessário, todavia, prover a ampliação do quadro de especializações, equipar com profissionais e técnicas a área da urgência tem sido uma reivindicação antiga.

Nossos prefeitos conseguem verbas para tudo,  mas jamais, os vi verdadeiramente lutando de peito aberto para que o nosso HGI, recebesse tudo quanto necessita, além do estético que impressiona e dá voto. 

Apontar as falhas é louvável, mas buscar as soluções é o que precisa ser feito.

Portanto, como cidadã que estarei sempre exposta a precisar servir-me dos recursos oferecidos pelo HGI, rogo aos influentes políticos e dedicados fiscalizadores, que mudem as táticas e voltem-se para a real alteração das condições do mesmo, não permitindo que se misture a desqualificação do atendimento, oriunda da falta de qualificação e responsabilidade que possa vir ocorrer na área dos profissionais envolvidos, com a famigerada regulação, vergonha promovida pelo sistemático descredito político estadual e federal.

Afinal, não temos pra onde correr, ruim com ele, certamente, pior ficaríamos sem ele, portanto, vamos nos unir por esta causa, antes que particularmente, venhamos a precisar, já que a realidade é dura, mas real, já que, só lembramos de reclamar, quando o nosso calo dói, porque enquanto, a dor é no pé do outro, estamos ocupados demais, aplaudindo ou fingindo que não estamos vendo as improbidades que solapam a qualidade de vida do bendito bem comum, simplesmente, pela falta de entendimento cidadão em acharmos que não é problema nosso.

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