Estou rindo, afinal, como me concentrar com esta arruaça ao pé de minha janela. Rapaz, o que é isso?
Os pássaros estão alvoraçados e aí, como nada entendo deles, apesar de tê-los por todo tempo em minha vida, só posso supor isto ou aquilo, tal qual, fazemos com as pessoas que nos cercam, mesmo aquelas que dormem ao nosso lado, as vezes por quase toda uma vida.
Pense se não tenho razão, mesmo não admitindo publicamente, afinal, gostamos de encher nossa boca com a mente repleta de vaidade ao afirmarmos que conhecemos e as vezes, ainda afirmamos que profundamente.
Pura ilusão...
Ninguém verdadeiramente conhece alguém...
O ser humano é por todo tempo uma caixinha de surpresas pra ele mesmo, imagine para os outros, quando muito, reconhecemos pelos hábitos e costumes, pelos discursos, pelas carinhas de safadeza, mas será que são reais ou tão somente, interpretações, nesta comédia ininterrupta do cotidiano vivencial?
Se verdadeiramente os conhecêssemos, provavelmente, não cometeríamos tantos enganos, não haveriam tantos desencontros.
Pense nisso antes de se aventurar na crença de que és capaz de conhecer alguém, ainda mais nos dias de hoje, onde tudo é imediatista e superficial.
Então, como saber a razão de tanta arruaça dos pássaros?
Prefiro ouvi-los, mesmo me atrapalhando, afinal, estão ao meu lado me acarinhando e isso, certamente me basta.
O porquê, disto ou daquilo, não me fará amá-los menos, mas poderá afastá-los de mim, dependendo de minhas reações e nisto, eu me conheço, nem que seja um pouquinho, afinal, não saberia como viver sem eles...
Acho que isso é amor.
Será?
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