sexta-feira, 26 de maio de 2023

BUSCA DE UM CÉU EM MEIO AO INFERNO

Nunca estudei teologia e na fase da compreensão mínima das coisas, já achava uma chatice as missas em latim e depois, que os padre finalmente se voltaram para os fiéis, continuei achando tudo muito recitado e me fazia lembrar os textos teatrais, mais tarde, aventurei-me em outras religiões, afinal, “uma pessoa de bem”, precisava professar uma religião, e diante desta pressão, peregrinei  como um fantasminha de porta em porta, buscando o que eu já entendia ser uma humanização, mas confesso que encontrei de tudo que se vestia como tal, mas que eram apenas arremedos.

Assistencialismo, nome sofisticado para expressar caridade, mas humanização, colocando o ser humano como imagem e semelhança de Deus e, portanto, um ser sagrado que deveria ser glorificado, isso eu nunca vi.

Entendi finalmente a minha rejeição pelas Igrejas, sinagogas, templos monumentais ,onde o dinheiro e o poder, subjugaram os seres humanos, fosse pelo medo, afim de auferirem a extração de polpudas doações, fosse pela miséria que obrigava a outros, aos delírios dos trabalhos escravos.


Penso então, neste amadurecimento cronológico e no somatório de experiências, que mil vezes repetirei a prática de ter mantido o meu Jesus carinhosamente guardado em mim, podendo contar com ele para me orientar e compreender, sentindo-me em um permanente e em muitas vezes, árduo aprendizado, que servir a intermediários.

No entanto, respeito e compreendo as infinitas pessoas que precisam de uma religião com seus líderes, obedecendo dogmas, nem que seja, tão somente, praticado nas casas de Deus.

Assim, como sou encantada com as criaturas humanas que verdadeiramente, pensaram e agiram segundo os propósitos em se sentirem imagem e semelhança de Deus e que levaram até as últimas consequências, suas devoções, alguns dos quais, sou ferrenha admiradora.

Todavia, foi numa dessas casas religiosas, quando ainda uma criança que vislumbrei um bendito Deus que se apresentou a mim, através de suas criações e foi ali, a partir daquele momento, que entendi o que era sustentabilidade da vida, mas somente, muito mais tarde, fui compreendendo a minha rejeição em enclausurar Deus entre quatro paredes.

Afinal, o Deus que se apresentou a mim era livre, alegre, parceiro e educador incansável, sem impingir penitências e tão pouco, cobrar pelos serviços prestados.

Meu Deus, ensinou-me sem tréguas a aceitar as diferenças, compreender os deslizes, não desanimar, não trair, não camuflar, não explorar, mas acima de tudo, a ter consciência de minhas falhas, buscando incessantemente, corrigi-las, não para ser perfeita, mas para não ser mais uma infeliz em meio as infinitas distorções.

Tá certo, viajei em minhas ilações pessoais, mas é que me assusta assistir tantas pessoas de joelho e o volume de desgraceiras, só aumentando.

Século 21, e torna-se necessário a criação de uma inteligência artificial, para substituir mentes cada vez mais obtusas e sem lógicas e sem maiores programações que as representem como imagem e semelhança da criação de um Divino...

É melhor realmente nada se pensar, daí optar-se por alguns minutos de louvação a um Deus que consola e faz crer que se foi perdoado e na promessa de um céu mais adiante.

Deus  não é nunca será um passe livre para a evolução e libertação pessoal.

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Sou uma velha de 75 anos que só lamenta não ter tido aos 30/40 a paz e o equilíbrio que desfruto hoje. Sim é verdade que não tenho controle ...