Lá fora voltou a chover, se bem que fraquinha, mas não menos danosa para a minha rua que se mantem enlameada, no entanto, como fiz de hábito sempre fixar meus olhares no belo e consequente melhor, penso no bem que esta época do ano com suas chuvas faz para o meu jardim que, afinal, ganha vida, então o resto são adereços que não me agradam, mas não me matam e tão pouco tiram este tesão que sinto em relação a vida
E assim, me relaciono com o tudo mais, afinal, sempre há um belo para ser admirado...
Busco na memória, percebendo que por todo o tempo, meus olhinhos foram de águia, sempre reconhecendo os tesouros, muitas vezes escondidinhos, só aguardando o meu olhar para desabrocharem como esmeraldas e pérolas, minhas joias preferidas.
No tempo da minha riqueza, acumulei várias e ainda me lembro das infinitas vezes em que sentei diante do cofre e apreciava uma a uma como se fossem frágeis, e delicadamente as alisava, não com a vaidade de alguém que podia compra-las, mas pelo prazer de tê-las tão pertinho de mim.
Foram raras as veze em que as ostentei em mim, afinal, elas não eram para serem exibidas, apenas sentidas e graças a elas, quando os tempos das vacas magras surgiram, nada faltou aos meus filhos, afinal, uma a uma pagou muitas contas dos mercados e escolas.
Tudo tem seu tempo e sua finalidade, daí a importância de focar-se o melhor que geralmente, também é bonito, nem que seja apenas para ser alisado carinhosamente, como fazemos em relação aos sinceros amigos queridos, que mesmo distantes, vez por outra, os alisamos só para senti-los.
Amigos são como joias preciosas, antes de tudo precisam ser bem guardados para vez por outra, podermos deles desfrutar, alisando-os cuidadosamente.
Este texto dedico aos meus adoráveis amigos que a distância e o tempo, jamais impediram que nos alisássemos.
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