domingo, 28 de maio de 2023

ARQUIBANCADA DE MINHA MENTE

Tudo tem sempre uma primeira vez e eu, nas minhas, fui uma felizarda, apesar de em todas, tremer nas bases, sem, no entanto, jamais fugir à luta.

E não é que perdi o sono...

Virei pra lá, virei pra cá, sei lá, quantas vezes, até que compreendi que não deveria teimar com a minha natureza que nesta madrugada, quer definitivamente que eu fique cordada, se bem que bocejando a cada segundo.

Enquanto, resistia a insônia, em minha mente fui capaz de ler a seguinte citação; "para a artificialidade do outro, resisto com a minha formalidade”.


Já fora da cama, escrevo e ouço uma seleção de Chopin, Debussy, Mozart e Beethoven, em peças para piano, tentando entender o que, afinal, minha mente tentou me dizer e aí, como geralmente faço, quando demoro a decodificar as mensagens que recebo via subconsciente, respiro fundo, tento não pensar em absolutamente nada, e deixo, simplesmente, meus dedos tocarem tecla por tecla, como se isolada em minha mente eu estivesse,  como telespectadora da autonomia de minhas funções físicas.

A artificialidade é uma espécie de recurso utilizado como defesa, quando, a criatura humana se sente acuada diante de alguém ou de uma situação com a qual, não se sente segura e com o controle de suas ações e reações, assim, como sua insegurança é nítida para ela, crê que também o é, para o outro.

A formalidade explicitada com o rigor postural e verbal, apresenta-se frente a uma criatura com atitudes artificiais ou uma situação inusitada, como uma ação diferenciada de defensa, o que reforça a inibição do outro.

Olhando atenta da arquibancada de minha mente, sou capaz de trazer para a luz do entendimento, as infinitas vezes em que vivenciei este duelo de egos amedrontados, lógicas truncadas, razões distorcidas, perdas de energias absurdas com as quais, fui protagonista em ambos papeis.

De volta ao corpo e ao domínio de minha mente, após descer da arquibancada espiritual, posso então, concluir que minha insônia, nada mais foi que a necessidade de meu consciente, deixar fluir o excesso de registros armazenados, tarefa que me compete e não concluída ao longo do dia, a fim de que mais uma dúvida, viesse a luz do entendimento.

Sinto que há muito estou em emersões existenciais, num esclarecimento contínuo das ações e reações com as quais, caracterizei minha jornada vivencial e delas, podendo com absoluta serenidade, compreender falhas e acertos, ganhos e perdas, sem que haja qualquer sentimento de culpa ou arrependimento, descartando também, qualquer receio em relação ao fatalismo de ter ou estar sendo punida.

O sono está voltando... Maravilha!

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