sexta-feira, 19 de maio de 2023

ATÉ QUANDO, VÃO QUERER ROER TUDO?

Todas as vezes que penso em Divaldo Franco, Irmã Dulce e na miséria sempre crescente, especialmente na Bahia, terra exportadora de tantos políticos influentes, também penso, na maldade, no orgulho e no preconceito.

Há duas décadas passadas, meu marido ponderou a respeito da carência existente de negros e mulheres na política, justo num estado, onde ambos predominavam, principalmente como força de trabalho e voto.

De lá para cá, a coisa foi mudando, mas por incrível que se possa constatar, a miséria permanece dolorosamente crescente e com ela a violência, ostentada por onde se possa enxergar.

O que é isso?


Oi! Só mesmo os sociólogos de plantão das redes sociais para explicarem este fenômeno, onde uma expressiva negritude baiana ascendeu às universidades e aos pódios da política e aos poderosos brancos se aliaram, oferecendo as mesmas rações limitadas aos seus irmãos de cor, ficando apenas uma raia miúda, na labuta do assistencialismo imediato.

Certamente, estou tocando num vespeiro, mas alguém em algum momento deveria abordar esta realidade, já que os negros que possuem espaço e voz, silenciam-se em prol das vantagens alcançadas, aderindo as mesmas condutas dos brancos em acreditarem que já fazem tudo que podem.

Discursos, reparem, é o que não falta...

Será mesmo?

Penso então nos royalties de nossa Itaparica que nos últimos 7 anos, tem sido para uma restrita minoria de brancos , pardos e negros, uma cachoeira de improbidades e novamente, sou obrigada a pensar no quanto, poderiam estes recursos terem exterminado a feiura da miséria de nosso município, não como esmolas a serem fotografadas para o marketing de algum político em momentos pontuais, mas como consolidação de uma real e produtiva administração que visasse o ser humano como prioridade, fosse branco ou negro.

A hipocrisia é o alimento oferecido, a vaidade e a ganância o escudo do atavismo que arrasta para si, a vergonha do exclusivismo.

Repare que um ano antes das eleições, os salvadores da fome, do abandono e da indignidade, se fotografam como as espadas da redenção, mas se eleitos, deitam no berço esplêndido das negociatas, fatos indiscutíveis que venho lamentavelmente apreciando e registrando para desgosto dos brancos e dos negros que se deram bem...

Enquanto isso, a desfaçatez de todos os níveis se exibe, num desfile bruto e maldoso do real abandono social, bem aos moldes da Bahia colônia.

E pensar que se precisa de tão pouco, ainda deixando farta sobra para os ratos roerem...

Até quando, meu Deus, vão querer roer tudo!!!

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