Desde jovem, vez por outra repito expressões que não são politicamente corretas, exemplo: “Tem gente que é assim; por fora, bela viola, mas por dentro, pão bolorento”, “Laranja madura na beira da estrada está podre ou está bichada”, “Me diga com quem tu andas, que direi quem tu és”, mas que são as minhas mais reais visões sobre determinadas situações empíricas da vida.
Concordo que também são visões que de tão duras, nem deveriam existir, mas fazer o que se não consigo, fingir que não as percebo ou que são “normais”no seio de uma sociedade dita humana?
Como posso banalizar reações humanas em relação aos demais seres vivos, como se suas existências não estivessem ligadas literalmente a qualidade da minha vida, mesmo que longe de meu corpo e na maioria das vezes de meus olhos, já que nos ensinam a fingir que “tudo está bem”, quando na realidade, está tudo uma “merda”.]
Quando penso em determinadas situações que de tão esdrúxulas se tornam absurdamente horrorosas, imediatamente fico desbocada, pois, falta-me palavras chiquetosamente adequadas para comentar sobre as nojeiras que me ou nos cercam.
Quando os noticiários e as redes sociais, estampam maciçamente as contínuas improbidades públicas e seus reflexos destruidores em nossa sociedade ou quando, estamos entre amigos conversando, nos mostramos preocupados e bastante interessados no extermínio das barbáries sociais, quando na realidade, estamos apenas, representando o personagem que a nossa dura indiferença nos indica, sem qualquer reconhecimento mental de que, deveríamos fazer algo a respeito, mesmo tendo a consciência de que sozinhos nada poderemos resolver, mas pelo menos manteríamos a chama acesa da empatia em nós, não permitindo o breu do silêncio cumplice ou alienado, que dá no mesmo.
Criticamos o político mentiroso, ardiloso e safado que está do outro lado dos nossos interesses momentâneos, sendo incapazes de enxergarmos estes mesmos defeitos naqueles a quem apoiamos e aí, tornamo-nos tão insuportavelmente safados, quanto eles, usando o título de idealismo, patriotismo, fidelidade partidária e o escambau...
Lama, lixo e esgoto a céu aberto, superfaturamentos, obras meia bocas, discursos frágeis, violência absurda e sem qualquer sentido, mantidos por administrações cruéis e falsamente promissoras, na medida em que não privilegiam a criatura humana nos suas mais primarias necessidades, assim como na manutenção digna de seu próprio território e das vidas além humanas que nelas também residem.
A imediata identificação dos óbvios deveriam ser enxergados por qualquer pessoa lúcida, que preza a si mesmo, tendo a consciência de que jamais estará bem, se o seu entorno se encontra em meio a uma catástrofe social e onde a presença da fome é a bandeira das improbidades, não se permitindo desculpas pessoais que pudessem justificar, qualquer partidarismo ou idiota interesse pessoal.
Afinal, ganha-se prestígio e uns bons trocados aqui e agora, mas perde-se no tudo mais, a começar pela própria dignidade, que não aceita negociações de qualquer natureza que não seja, no mínimo respeitosa.
Portanto, coloquem blindados nas suas vidas, pois as merdas, fedem cada vez mais fortes e próximas, inclusive mirando-os, só aguardando um seu pequeno descuido, enquanto, covardemente, você mostra a sua indiferença social disfarçada de boas intenções.
Seja pelo menos, um defensor de si mesmo, não se juntando as merdas revestidas de dourado e aí, será possível acreditarem que o bendito bem, sempre estará sobrepujando o mal.
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