sexta-feira, 8 de julho de 2022

VISÃO DE MUNDO

Nesta noite de quinta-feira, quietinha esperando mais um capítulo de Pantanal, recuso-me a assistir o jornal nacional ou qualquer outro programa jornalístico, já que cada qual, com suas especificidades embrulham o meu estômago pela total falta de isenção e cansativa repetitividade e então, comecei a pensar na educação que recebi e de minha decisão em não ser professora.


Minha visão educacional era tão ampla que não cabia, tão somente, a transferência de conhecimentos, sem conotação reflexiva que um aprendizado necessita para ser completo, levando-me a convicção de que um educador deveria estimular por todo o tempo que seus alunos de posse dos conhecimentos recebidos, pudessem criar mecanismos reflexivos que os direcionassem a irem mais além na aplicação mental e prática dos mesmos, numa maior compreensão do absorvido.

Na realidade, creio que foi o que fiz por todo o tempo com os meus escritos ou com qualquer outra atividade em que eu precisasse ensinar, abrindo espaço para o despertamento da autonomia, iniciativa e consequentes descobertas do potencial das pessoas envolvidas.

Acho que eu não estava errada, afinal, até onde tive notícias, todas as pessoas que de alguma forma conviveram comigo, desabrocharam e foram adiante, superando até mesmo, a tímida consciência de suas ambições, o que para mim, significa sucesso.

Assusta-me constatar as limitações interpretativas de nossos jovens que se refletem em suas compreensões básicas de direitos e deveres, enquanto cidadãos, assim como pessoas humanas no convívio umas com as outras.

Quanto mais surgem mecanismos informativos que abrem o espaço de visão de mundo, mais vazias estão as mentes, quanto a qualquer referência lógica, que as façam refletir, ponderar, avaliando opções diferenciadas.

Cada vez mais compreendo os benditos ensinamentos naturalistas que recebi, afinal, através das texturas, dos aromas e dos sabores, meu mundo interior se integrou ao exterior e juntos partimos para surpreendentes descobertas, onde meus olhos, alinhados aos meus sentidos, foram descortinando um mundo de possibilidades pessoais que irremediavelmente se apossou de mim, estimulando-me a passar à diante, sempre como mais um elo, no cordão universal dos entendimentos de qualquer natureza.

Enfim, não querendo ser, acabei sendo por todo o tempo uma professorinha, o que sempre me honrou.

Estar atento, pensar a respeito e refletir, mesmo que lentamente como eu o faço, com certeza, nos ampara, nos estimula e nos compensa.

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