Geralmente, o positivismo me caracteriza, mas ultimamente confesso que este sentimento anda em baixa.
Afinal, são tantos os afrontamentos que mesmo parcialmente distante do circuito social, são como punhais que ferem profundamente, primeiro a mente e logo em seguida a alma que se reflete, no equilíbrio físico e emocional.
Pergunto-me constantemente como posso evitar esta contaminação mais do que já o faço, sem que me torne uma ermitã?
Como jogar por terra ou sufocar, sabedora de que será um suicídio esta violentação em relação a tudo que acreditei, me dediquei por toda a minha vida?
Como simplesmente, calar de mim mesma, o horror que venho acompanhando crescer na qualidade de pessoa e de humanista dedicada e fiel?
Como aceitar como normal um convívio absolutamente falso de valores primários como por exemplo, o respeito ao diferente e mesmo ao contrário, sem que esteja presente no mínimo o punhal do politicamente correto que vem solapando gerações que hoje, são consideradas hipócritas?
Penso então, o que pode ser mais hipócrita que aceitar-se o abusivo como modernismo evolutivo?
Aonde vou nesta minha cidadezinha minúscula, ouço baixinho das pessoas que em mim confiam, confissões de dor como as que publicamente exponho, medrosas e presas num labirinto por medo das reações, caso venham a conhecer o que realmente pensam.
Sim, eu sei que as coisas mudaram e o mundo está muito mais difícil de administrar. Mas por que há tanta gente disposta a mentir, trapacear ou roubar para conseguir o que quer ou julga ser seu direito?
Por outro lado, estou também dolorosamente percebendo o grau absurdo de contaminação do vírus da banalidade, adentrando nas mentes e almas de pessoas que até então, eram absolutamente contrários a determinados padrões de comportamento e aí, pergunto-me se realmente elas, apenas fingiam, afinal, como podem inserirem-se tão facilmente em nome seja lá do que for?
“Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! Se é loucura... se é verdade tanto horror perante os céus?! Ó mar, por que não apagas com a esponja de tuas vagas deste teu manto este borrão”?... Castro Alves
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