terça-feira, 19 de julho de 2022

ADUBAÇÃO CONTÍNUA...

A tarde chegou faceira ostentando um solzinho fraco, mas arisco, esgueirando-se entre as nuvens, num querer ficar de qualquer jeito, lembrando-me em inúmeras situações de minha própria vida, onde permanecer com a garra dos que não se deixam vencer era a minha força propulsora, afim de suplantar a insistente negação das circunstâncias que, insistiam em me deixar de fora.


Qual nada, onde já se viu...

Não foram poucas as ocasiões em que os pés sangraram, acompanhados por lágrimas pesadas que também insistentemente os lavavam para que Deus, trocasse neles as sandálias da perseverança.

Não foram poucas as dores da desilusão, as cólicas viscerais da desesperança, os prantos das incertezas, assim, como não foram poucas as vezes em que a força do amor energizou o corpo, beijou a face me levando a sorrir de meu próprio cansaço.

Não foram poucas as vezes em que usei da pena e do caderno para deixar escoar minhas dores, colhendo de cada texto, uma estranha força que me energizava e como um sol fraquinho, lá ia eu, duelando loucamente pelo meu sagrado espaço de estar presente, vibrante e sempre notada.

Afinal, como rejeitar de todo um facho de sol em nossas vidas, sem nada pedir, sem nada cobrar, apenas querendo estar?

E de tanto desejar permanecer, acabei sem perceber adubando a mim mesma...

Pedi, e dar-se-vos-á, buscai, e encontrareis, batei e abrir-se -vos-á (Matheus 7/7)

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