Chove lá fora nesse amanhecer e os cantos dos pássaros, parecem pontinhos de sons abafados pelo som da chuva no telhado e nas folhas das árvores, numa sinfonia que vem acompanhada do perfume de terra molhada que em mim, tem efeitos fantásticos.
Acordei com a expressão “Para sempre” gravada na mente e então, pensei, pode haver um compromisso mais pesado para se assumir, ainda mais quando, se tem pouca idade e quase nada, se conhece da vida?
Se a vida é um ciclo ininterrupto de vida sempre em movimento e se somos enquanto humanos uma porção mágica de complexidades emocionais, psicológicas e de adaptabilidade, mas repletos de quereres, já que a mente ativa está sempre processando meios de irmos mais a diante, seja lá no que for, como é possível se ter a consciência plena do para sempre, se nem a vida que reservamos em nós, o é?
O para sempre é um determinante ao sepultamento do possível eterno, como se fosse admissível ao lógico, ter-se a mente aberta para todos os caminhos na vida, menos em se tratando do amor, fazendo deste, uma sentença, sem direito a fiança e muito menos, liberdade condicional e aí, surge nos corações mais devotados, nas mentes mais comprometidas, a dita safada traição.
Para sempre é uma corrente que mantem na mente das criaturas humanas a escravização, levando-a a permanecer em estado de culpa, até mesmo por em determinados momentos, pensar em libertar-se na busca da paixão, chama ardente que incendeia a vida, na medida certa para aquecê-la.
Claro que é fantástico quando duas criaturas percebem que são tão afins que caminhar vida afora, passa a ser uma necessidade visceral, mas isso só acontece, se o pra sempre, não for uma espada cravada no direito inalienável de sentir-se livre para mudar se necessário for, o que mantém o amor, num contínuo tesão.
Pense nisso, antes de apontar o dedo para o outro, como se dono dele fosse, enquanto sua mente safadinha, viaja nos atalhos em busca de variadas emoções.
Para sempre precisa ser uma opção, renovável ou não a cada instante e jamais, uma determinação que nos transforma em escravos de uma suposta fidelidade, incapaz de nos fazer felizes, meta primordial para que possamos manter em nós, o equilíbrio, a razão e o amor que a tudo justifica, até mesmo o temível para sempre.
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