segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

SOL E CHUVA, CASAMENTO DA VIÚVA...

De onde estou posso apreciar a chuva caindo deliciosamente, refrescando um tiquinho este calor que tem sido abrasador, tanto que, até as flores estão desabrochando ainda timidamente, mas não menos lindas e eu, aos pouquinhos, passo a passo também, lá vou rebrotando de um luto pra lá de doloroso, mas também, tão abastecido de fluidos amorosos que, entre lágrimas de saudades, músicas embaladoras, pássaros e borboletas inspiradores e amigos dedicados que me é impossível, assim como os lírios, erguer-me em cores variadas para sentir, tanto o sol abrasador, quanto as chuvas refrescantes, num constante sugar de vida.

Enquanto escrevo ao som de uma bela música e do acompanhamento da chuva que banha o meu jardim, sinto o sol adentrar como sempre atrevidamente, iluminando o céu, criando um misto  gostoso de vida que sempre adorei admirar, desde a minha infância, quando aos 6/7 anos, da janela da casa de Teresópolis, gritei fascinada pela minha mãe, para que ela assistisse ao espetáculo que se descortinava diante de meus ingênuos olhinhos.

Era “o sol e a chuva num casamento de viúva”, como explicou minha mãe, numa época em que eu não sabia o que significava, ser viúva.

Hoje, eu entendo que entre as lágrimas da perda, comportas abertas pela dor, a bendita vida, oferece a luz do consolo de uma nova perspectiva de seguimento de vida. 

Como então, duvidar da existência de um Deus, capaz de tanta generosidade, que pensou até mesmo em consolar as dores da alma, ensinando com a vida, como estimular a própria vida que reside em cada um de nós.

Maravilha é viver, quando compreendemos que tudo e todos, possuem o seu devido tempo...



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