terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

DIVIDINDO LEMBRANÇAS

Logo cedinho recebi uma mensagem de um amigo querido da minha faixa de idade, destilando através da saudade a beleza que foi a nossa juventude, tão rica de naturalidades e romantismos, restando apenas, as nossas memórias afetivas e as canções que sempre nos consolam, pelos arremedos que chamam de músicas que somos obrigados a ouvir, afinal, para onde se vire, lá estão elas, invadindo e ferindo ouvidos acostumados ao mel da qualidade.

Pois é meu amigo, dizem que estamos evoluindo, neste e em todos os demais aspectos, mas também cá tenho minhas dúvidas, afinal, que evolução é esta, que adoece e rouba aquela paz que usufruíamos em nossos redutos, onde a liberdade era o pátio de nossas existências?


Onde foram parar as calçadas, que eram nossas salas de encontro sob o céu ensolarado ou estrelado?

Onde estão as praças, aquelas que nos permitiam as trocas de olhares das primeiras conquistas e que muitas vezes, foi cenário para os primeiros beijos?

Onde estão, as famosas corridas de submarino, a beira mar, onde deixávamos os nossos hormônios despertarem ao lado do nosso primeiro amor ?

Onde foi parar aquela música que de tão impactante, se eternizou, trazendo as nossas mentes, o tudo de bom que o tempo, jamais será capaz de apagar?

Afinal, onde está a liberdade, sandália da felicidade que nos ajudou a caminhar, sem maiores riscos de ferir o solado da nossa ingenuidade?

Que bom Hildegard,  que vivemos todas estas e infinitas outras maravilhas, que ainda nos permitem esquecer que envelhecemos e através de nossas lembranças, voamos  no delírio saudável de ainda bebermos das nossas ainda, ingenuidades que de tão fortes se misturaram ao nosso sangue, com o liberdade, o mais bendito nutriente que a vida sistêmica nos ofereceu e que conosco seguira até o fim.

Afinal, pra nós, os livres de mente e de alma, a vida é e será sempre bonita, só porque a enxergamos com os olhos do amor, que um tempo amorosamente gentil, nos imprimiu, que os horrores das músicas, os medos, as leviandades, as violências, jamais serão capazes de empanar.

Bom dia a todos nós, velhinhos jovens que conhecem a real sensação do que seja, sentir tesão...

Saudosismo?

Sim, porque, não?

Afinal, só pode senti-lo, quem viveu o outro lado da moeda.

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