terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

QUE PORRA LOUCA É ESSA?

Teoricamente o carnaval termina hoje, pelo menos em grande parte do nosso Brasil Varonil, mas não na Bahia que estica e estica, até não poder mais, além de começar primeiro, afinal, o negócio é pular atrás de um trio elétrico, mesmo que o tudo mais em sua vida, no país e mundo, esteja de mal a pior.

Que coisa, viu!!!

Impressionante é a capacidade do brasileiro de superação e adaptação as intempéries cotidianas, fazendo da música e da dança, seus elixires consoladores aos índices mais cruéis da fome e da miséria de todos os níveis, e é claro que os espertos políticos, usam e abusam desta exploração emocional, afinal, descobriram há muito tempo, inclusive, se espalhando como praga para cada buraquinho do país, esta receita que se mostrou infalível e então, dá-lhe música o que me fez lembrar de um finado deputado Federal pernambucano em um certo comício em Brasília, cujo povo já estava inquieto com a demora, mas que ele, o ilustre, só iria começar quando, terminasse o seu charuto e seu whisky, mas ao ser alertado por um assessor, num gesto que se tornou marcante aos meus olhos de jornalista iniciante, exclamou em alto e bom tom:

“Bota pra tocar novamente o FUSCÃO PRETO”


Essa expressão, dita por uma autoridade que eu admirava, remeteu-me imediatamente ao poeta Castro Alves, com o seu apuradíssimo senso avaliativo, criando o Histórico Navio Negreiro, quando imortalizou em versos a falta de ética do homem que detém o poder, seja ele qual for, mantendo a massa sem rostos e almas, a mercê de seu próprio tempo e interesses pessoais, despertando também em mim, imensa indignação que me acompanha até os dias atuais.

“E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .

E da ronda fantástica a serpente

Faz doudas espirais...

Qual um sonho dantesco as sombras voam!...

Gritos, ais, maldições, preces ressoam!

E ri-se Satanás”!...

E como tudo que é gostoso, mas  não presta e faz mal, como as carnes gordurosas, o álcool, drogas e o sexo libidinoso e sem compromisso, como rastilho de pólvora a merda se espalhou, transformando o “celeiro do mundo”, em apenas um imenso quintal particular para real e contínuo desfrute de poucos.

Sinceramente pensei que depois da COVID, do confinamento, das perdas de todas as ordens, os brasileiros mostrariam algumas mudanças comportamentais, onde o amor a própria vida seria o foco, mas não, afinal, os mais de dois anos de medos e apreensões, fez sim, com que as pessoas ficassem mais libertinas e inconsequentes, abrindo todas as comportas de suas “taradices”e selvagerias emocionais.

Quem afirma, não sou eu, mas a realidade que se estampa a cada instante, em cada local onde apenas, duas pessoas se encontrem, ambas no fio da navalha, sempre prontas para matar ou morrer ou no mínimo, explorar o outro.

Que porra louca é essa?

Dizem que estão se libertando, vai se saber de quê...

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