sábado, 18 de fevereiro de 2023

CAFONA E FULEIRO

O sábado amanheceu com uma chuvinha rápida e bem vinda para as plantinhas dos jardins e para mim também que estava cobrando de Deus um pequeno refresco, afinal, o calor me parece o mais violento dos últimos muitos anos nesta minha ilha encantada.

Observando a chuva, fixei meus olhos na vegetação, tendo a impressão que se abriam para serem possuídas, numa entrega desejada e finalmente, usufruída, neste meu devaneio em faze as analogias entre o gozo da felicidade do amor em entrega e posse, com os encontros da natureza com suas diversidades complementares.


E aí, entre o frescor que o cair da chuva proporcionava e a vida que se renovava, em minha mente. o esclarecimento de meu incomodo que de certa forma empanou um pouquinho a minha natural alegria ao constatar em dias passados, mais uma vez, que algumas pessoas fechadas em suas caixinhas avaliativas, quando falam em Ponta de Areia, faz um muxoxo, como se fosse um bairro menor, sem o glamour de uma Orla do Boulevard ou do Histórico Campo Formoso, sem qualquer vivência maior deste pedacinho de paraíso.

E aí, silencio diante da estupidez da arrogância em opinar sobre algo que lhe é desconhecido, mas confesso que ainda não tenho a grandeza de apenas desconsiderar, amargando-me a boca, já que minha educação me impede de lhe descrever as maravilhas que por aqui é possível ser vivenciada, inclusive e principalmente, conviver com os pássaros e borboletas, podendo apreciar a chuva fazendo amor com os gramados, flores e frutos...

Incrível é o ser humano, viaja tão longe para encontrar novas belezas e não consegue caminhar ou dirigir dois ou três quilômetros, para estar em meio ao surpreendente belo de sua cidade.

Acham incríveis os carrões 4x4 nos Rallyes, derrapando nos lamaçais, mas temem sujar seus pneus numa rua bucólica de um bairro maravilhosamente acolhedor, mas ainda na terra batida, repleto de árvores frutíferas que atraem todas as aves da redondeza, abraçado pelo mesmo céu e as mesmas estrelas.

Não sabem o que estão perdendo em não serem massageados pelas marolas destas praias regeneradoras, assim, como embalados pelo silêncio que como um contínuo guardião, abriga a paz que de tão intensa, chega a incomodar o desavisado, mas inspira os loucos e apaixonados que escolhem a vida para com ela, manter o bendito orgasmo da liberdade.

Gosto não se discute, preferências menos ainda, mas discorrer sobre o que se desconhece é no mínimo, cafona e fuleiro, mesmo que se tenha todo o dinheiro do mundo e mil diplomas e títulos de poder.

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