sábado, 25 de fevereiro de 2023

SINDROME DO PÂNICO

De repente, lá vem as sensações físicas que anteriormente me assustavam e em muitas ocasiões, foi necessário ir até um médico para que o mesmo logo percebesse tratar-se de uma crise de pânico e este diagnóstico me enfurecia, afinal, eu estava morrendo e o desgraçado dizia que era psicológico.
Perdi a conta de quantas vezes ouvi este diagnóstico para mim, extremamente ofensivo e frustrante, afinal, e a taquicardia que me impedia de respirar normalmente, e as cólicas abdominais, os tremores, os calafrios e todas as mazelas que me impediam de apenas viver, ao ponto de temer tudo e a todos.
Hoje, ao senti-las já as reconheço e as trato com respeito, mas com total soberania, afinal, minha mente, meu comando.
Pois é... Enfiaram-me infinitos remédios, inclusive um tal de Lexotan que precisei de anos e anos para dele, finalmente me livrar, sofrendo todos os males estares, que a sua ausência em meu organismo provocava.


E aí, você que me lê, há de pensar:
Mas dona Regina, sempre tão lúcida e transmitindo positivismo, sofrendo de pânico?
Pois é, mas esta foi uma realidade que consumiu um bom tempo de minha juventude e cujos efeitos, ainda hoje, preciso conviver, devido aos efeitos colaterais devastadores que precisam de um longo tempo para desaparecerem e alguns, depois de instalados, simplesmente permanecem como tatuagens físicas ou apenas mentais.
Ninguém está imune ao desequilíbrio emocional, algumas vezes este, se apresenta de forma aparentemente normal, mas que se reflete no cotidiano em forma de “Jeito de ser”, mas que na realidade é a forma camuflada que a mente cria para disfarçar a dor emocional, que na maioria das vezes é desconhecida até mesmo, para o portador.
Um exemplo clássico é aquela pessoa que faz do seu trabalho, o centro principal de sua vida, são os bem sucedidos e chiques workaholic, não conseguindo desligar-se dele em momento algum, jamais saciada com as já conseguidas conquistas, buscando sempre mais e mais, forma que encontrou para não ter tempo de perceber seu flagelo existencial.
Quem não conhece alguém que está sempre muito ocupado, como se o mundo simplesmente, deixasse de existir, sem suas atividades pessoais.
Pois é, portanto, quando escrevo sobre minhas vivências, faço delas espelho para você poder também identificar-se, afinal, no frigir dos ovos, não tem idade, cor, origem ou seja lá, qual for a diferença, que não nos torne um pouco parecidos nos desejos, expectativas, dores e medos existenciais.
Portanto, quando falo de mim, falo um pouquinho de você que lê, fugindo assim da ficção que nunca foi meu gênero literário, se bem que confesso seria bem mais agradável e certamente, lucrativo escrever sobre o lúdico que encanta e inebria.
Tudo que que sei é que foi e é encarando-a mesmo temerosa que lá vou segundo a vida, mantendo-a sempre sobre o meu rigoroso controle, afinal, descobri que buscar ser feliz pelas mais insignificantes razões é um poderoso antídoto, contra os seus ataques inesperados.
Penso então que não há ninguém para falar melhor de suas causas e efeitos e como superou ou aprendeu a conviver com estas sensações devastadoras que o próprio acometido.

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Sou uma velha de 75 anos que só lamenta não ter tido aos 30/40 a paz e o equilíbrio que desfruto hoje. Sim é verdade que não tenho controle ...