Nesta noite que está apenas começando, me ponho a pensar na saudade que tento disfarçar e creio que na maioria das vezes consigo ir levando os meus instantes de forma leve e crendo que nada nesta vida é por acaso e que sobreviver a uma COVID, duas cirurgias muito invasivas, deve ter tido um propósito, além do que sou capaz de mensurar.
Venho aproveitando desde então, para fazer um balanço de minha caminhada existencial, analisando minhas escolhas, nem sempre acertadas ou adequadas, mas todas de total responsabilidade pessoal, já que sempre fui capaz de buscar alternativas e, quando elas viam ao meu encontro, nem sempre delas me aproveitei para mudar o rumo já traçado.
E aí, pensando bem, acho que mesmo tropeçando aqui ou acolá, acho que acertei mais que errei, caso contrário, não estaria hoje, usufruindo de tantas oportunidades em vivenciar a grandeza de sentir os meu olhos brilhando por um simples nascer de um novo dia ou de escutar o meu arruaceiro sabiá me oferecendo o seu bom dia, e até mesmo, sorrindo sozinha por estar me sentindo ainda repleta de energias e alegrias por apenas estar existindo, mesmo que sozinha e com muitas saudades do meu velho amor amigo.
Pois é, hoje estou nostálgica, assim fico mais humana para quem me lê, afinal, amar a vida, ser otimista e voar com pássaros e borboletas, não me imuniza por todo o tempo, vez por outra, como qualquer mortal, quero me aconchegar e apenas me sentir amada.
Quem disse que perdemos com o avanço da idade, tudo quanto nos manteve vivos emocionalmente por toda as nossas vidas, só pode ter sido um tremendo idiota.
Mesmo os loucos como eu, precisam amar e até, mais que isso, precisam se sentirem amados...
Penso então, que em meio a solidão da saudade, não há qualquer culpa por ter deixado algo sem ser concluído, percebido ou negligenciado o que, certamente, seria um peso que me destruiria, restando tão somente, aquele sentimento ainda de inconformismo, afinal, tudo estava tão bom, ajustado e singrando levemente em um mar sereno, depois de tantas braçadas em mar aberto.
A pergunta que fica é: Qual será o propósito de minha insistente sobrevivência?
Tem horas como a de agora, que eu gostaria de pensar menos e ser mais uma “pomba-lesa”, sem perspectivas além do apenas convencional.
Afinal, nem frustrada e depressiva sou capaz de me sentir como a maioria, só para parecer um pouco normalzinha, mas não, sou esta birrenta e teimosa que pensa e cospe, analise até a exaustão e cospe em verso e prosa todo o fel que ainda insiste em manter-se indo e vindo, apenas para aporrinhar, dentro dos padrões humanos.
Dormir e acordar como uma POMBA-LESA ... MEU SONHO DE CONSUMO
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