sábado, 21 de agosto de 2021

NESTE AMANHECER.

Hoje, apesar de ter acordado antes mesmo do galo do vizinho, nada escrevi, assim, como na manhã de ontem, deixando a mente, absolutamente livre para se expressar, no entanto, somente agora, bem tarde para os meus padrões, mas muito cedo ainda para a maioria, deixo meus dedos deslizarem por sobre as teclas do notebook, permitindo fluir, um pouco de mim.


Neste amanhecer, o sol fraco se aproxima prometendo esquentar um tiquinho, aliviando assim, este friozinho ameno que deixa seu orvalho por sobre as folhagens do jardim e que ao esbarrar em um galhinho qualquer, nas minhas matutinas caminhadas até o portão, arrepia-me a pele, despertando a menina sonhadora que sempre existiu em mim.

Gosto tanto de viver que só de pensar que de um instante para o outro posso ir embora, estremeço e sinto uma irresistível necessidade de me eternizar e então, escrevo, como tantos outros o fizeram ao logo da história da humanidade, permanecendo assim, um pouco vivos nas memórias.

Escreveram, pintaram, representaram, cantaram como serviçais das artes, mas será que em algum momento quiseram mais que tão somente, se eternizarem?

Acho que não, afinal, o desejo da eternidade é forte, resistente e absolutamente envolvente, só capaz de sobreviver na alma dos artistas que no egocentrismo de seus dons, não avaliam suas competências, apenas navegam nos delírios de seus quereres em relação a todas as delícias que os inspiram.

Jamais existirá um artista sem amor, por mais louco e delirante que este amor se apresente, ainda assim, é um amor pra lá de especial de apenas mortais, que lançam pinceladas marcantes como o fez Claude Monet , notas suaves como dedilhou um apenas mortal Debussy ou talvez, NERUDA com sua capacidade inigualável de descrever o corpo da mulher amada e os conflitos de seu país, com o mesmo senso de realidade crua, mas apaixonante, sem esquecer de SHAKESPEARE, que com a caneta e no palco, revolucionou o teatro e as almas que o assistiram e o leram ou quem sabe, eu também venha em algum momento, a ser lembrada quando, por acaso, as texturas, os aromas e os sabores forem destaque, na vida de alguém...

A modéstia jamais permeou a alma de um artista e o exemplo absurdo é a sugestão que ofereci a mim, colocando-me no mesmo patamar dos gênios citados, esperando também que de alguma forma eu me eternize, acreditando a despeito das opiniões alheias, que sou um delicioso milagre desta vida, absurdamente inspiradora.

Por quê, não?

Bom dia!!!

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