Não sei aí, mas por aqui, o danado do frio insiste em permanecer, hospedando-se em minha Ilha sem nenhuma cerimônia e eu, nada posso fazer, além de me adaptar. Não que eu não o aprecie de vez em quando, afinal, sabe ser gostoso, quando moderado, sabe estimular a elegância, entre grossas roupas e um bom vinho, sabe ser aconchegante, quando ao nosso lado, existe uma deliciosa companhia romântica, o que não é o meu caso.
Tenho chamado insistentemente por Deus, único recurso que me resta, afim de me livrar deste hospede, pois, neste ano, sua estadia tem sido prolongada e se não bastasse, ainda trouxe consigo a senhora chuva, que é sempre um transtorno, quando forte e contínua, exatamente como tem se mostrado, neste meu parque de veraneio, meio que abandonado, cujo alento se resume em sol e praia.
Saudades de vestir as roupinhas leves que deixam o calor do sol penetrar, esquentando até a alma.
Sinto profunda saudade de acordar a cada amanhecer com a cantoria do meu sabiá, lembrando-me que é primavera ou verão.
Saudades de estar na varanda ou até mesmo da janela, apreciando os bailados de minhas borboletas entre uma vegetação e outra, só para me distrair e me fazer lembrar, do quanto, posso colocar leveza nos meus instantes de vida.
Saudades dos beija-flores, meus passaportes para a poesia, o romantismo e o amor.
Saudades das águas mornas e mansas de minha Ponta de areia, deliciosa em seus abraços que me envolvem, despertando em mim, a poderosa certeza de estar existindo em meio ao Edem.
Saudades das mangas, dos cajus e das amoras...
Saudades de um beijo e de um tudo mais...
Nenhum comentário:
Postar um comentário