Não sei a razão, mas neste exato instante, ouço o meu sabiá que por algum motivo que prefiro crer ser saudades de mim, está se fazendo notar com o seu canto estardalhento num singelo galho da amoreira, bem pertinho da janela de onde posso lhe mandar, o meu apaixonado e grato beijo de boas-vindas.
Então, como não viver em contínuo estado de poesia, até mesmo, quando, quase soluçando, saio do lúdico e adentro neste sistema viciado e cruel.
Oh! Deus... Obrigada pelo meu respirar e pelo meu sempre querer bem...
Gratidão por esta Bahia de muitos encantos, que mesmo no inverno é capaz de atrair o meu parceiro sabiá, unicamente para me deleitar.
E como abusada contumaz, busco ávida entre a vegetação as ariscas e bailantes borboletas, na esperança delas terem pegado carona, nesta breve visita do meu amado sabiá.
Qual nada, ele veio só, sozinho para me amar...
Então, regalo-me de prazer.
Canta sabiá canta, aproveita o sol que despontou só para te receber, inebria esta tua senhora apaixonada, que de saudades de ti, não morrerá jamais, na certeza absoluta do teu sempre surpreendente retorno.
Não vá, ou melhor vá, és livre, somos iguais...
Enquanto, circulas cantando, eu escrevo meus ais, caronando nas asas de teus benditos voos...
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