Ouvi, mas não concordei, afinal, a vida é o que somos capazes de desenhar como caminhos que traçamos a cada passada.
Nunca estática ou conformada, mas ágil, brilhante e criativa.
A vida será sempre tudo quanto, queiramos que seja.
Ouvi, mas não concordei, afinal, a vida é o que somos capazes de desenhar como caminhos que traçamos a cada passada.
Nunca estática ou conformada, mas ágil, brilhante e criativa.
A vida será sempre tudo quanto, queiramos que seja.
Neste momento em que já de pé, espero o dia amanhecer tomando o meu habitual cafezinho, invariavelmente, penso no amor e no quanto, por mais que o alimentemos dentro de nós, ainda assim, em dado momento, nos deixamos arrastar pela impaciência, exatamente movidos pela não menos insistência do desamor ao nosso redor, criando-se assim, o ciclo vicioso que domina assustadoramente os tempos atuais, levando-me a pensar que ao invés de evoluirmos no mesmo ritmo das ciências e das tecnologias, a cada instante, retrocedemos assustadoramente, como se em nós, houvesse uma trave intransponível, tornando-nos incapazes de uma convivência menos agressiva.
Neste amanhecer a inspiração soprou-me a mente "política" e em seguida, estava a "incoerência" e, enquanto passava um cafezinho, deixei fluir livremente o tema que de um instante para o outro, ficou tão claro que, senti vergonha de mim.
Lá fora, o galo já despertou, hoje, bem mais suavemente, mas o tudo mais parece que ainda repousa neste domingo de ainda inverno e com brisas espaças, mas poderosas o suficiente para arrepiar-me o corpo, fazendo com que eu desperte mais rápido para então, poder como faço agora, ouvir Ave Maria de Charles Gounod maravilhosamente executada, onde o piano e o violino se integram, numa única harmonia de sons, trazendo para este amanhecer o complemento perfeito.
Quem de verdade se dá conta deste fato tão corriqueiro?
Primeira providência a ser tomada para que haja o despertamento da vida, na mente de cada criaturinha humana.
Através deste simples ato de gratidão que pode ser creditado ao poder maior da predileção de cada um, reserva-se o ato contínuo do também despertamento para o senso de pertencimento pela constatação material da própria existência.
Incrível é a mente humana na rotulação da variante de seus comportamentos amorosos...
Ontem, “assistindo saia justa”no canal GNT, ouvi pela primeira vez o “termo Demisexualidade”.
Estou arcaica ou muito ignorante!!!!
Quatro horas e meia de sono, mesmo que absolutamente tranquilo, é pouco para as minhas necessidades, mas fazer o quê?
Levanto, passo um cafezinho e sento diante do notebook e logo, começo a sorrir sozinha, pois, ouço o galo à distância, numa conexão de pura solidariedade, assim deduzo, abastecendo o meu ego gigantescamente vaidoso, capaz de achar que até o galo do vizinho, gosta de mim.
Que coisa, hein!!!!
Não existe outra palavra que defina a minha impressão sobre as ações impetradas na região do Bom Despacho.
Fico aqui pensando se em meio a tantos assessores, o nosso prefeito não tenha recebido uma sugestão que fosse, afim de mostrar outros ângulos que deveriam ser observados, frente as repercussões dos inúmeros efeitos colaterais oriundos deste tipo de ação, justo em um momento tão crítico para todos, mas principalmente para as camadas mais sofridas da população.
Acordei com a visão de duas perninhas curtas e roliças caminhando a beira mar com os pezinhos sendo envolvidos pelas marolas da água calma e espumosa do mar que desmaiava beijando a areia.
A imagem foi crescendo e de repente, lá estava eu segurando com uma das mãos um baldinho e do outro a mão de minha mãe e juntas, íamos deixando as marcas de nosso caminhar por sobre a areia branquinha da praia que reconheci como ser a de Ipanema...
Deus misericordioso, como é bom estar viva e abastecida da capacidade de perceber o quanto é importante estar atenta aos movimentos rotatórios que a vida desfila diante de meus olhos, deixando suas vibrações como um bailado contínuo, circular por todo o meu ser, minando delicadamente os meus sentidos.
Rapaz, hoje eu acordei com um friozinho danado de bom que me fez abraçar bem apertadinho o meu travesseiro extra, companheiro de uma vida inteira e nele, me aquecer por debaixo das cobertas.
Sair da cama, nem pensar...
Que me perdoem o galo, os passarinhos, mas neste amanhecer, ficar quietinha na cama foi a minha prioridade.
Quietinha é força de expressão, porque a minha mente...Jesus o que é isso?
E aí, conversando neste amanhecer com um querido amigo que eu admiro por ser um contínuo buscador de conhecimentos, aparentemente sem precisar, pois, ostenta possuir um pouco de tudo, lembrei-me de quando aos 60 anos, após a minha filha se casar, decidi voltar a estudar, afim de balizar os meus escritos de uma vida inteira.
Hoje, apesar de ter acordado antes mesmo do galo do vizinho, nada escrevi, assim, como na manhã de ontem, deixando a mente, absolutamente livre para se expressar, no entanto, somente agora, bem tarde para os meus padrões, mas muito cedo ainda para a maioria, deixo meus dedos deslizarem por sobre as teclas do notebook, permitindo fluir, um pouco de mim.
Como de hábito, fui neste amanhecer apagar a luz do portão e, também no mesmo local do percurso, como sempre faço, dei uma paradinha para respirar fundo, sempre no desejo de sentir toda a potência que o centro do terreno oferece, pois lá, se encontra a frondosa e amiga mangueira e aproveito em todas as ocasiões para rezar, agradecendo por tudo de bom que envolve a minha vida.
Desde muito cedo, fui estimulada a expressar meus sentimentos e visões pessoais sobre qualquer assunto, não importando em que estágio de idade eu estivesse e esta postura, era geral em minha família, cujo mantra era: “Antes ficar vermelho uma vez na vida, do que amarelo a vida inteira”.
Ouvindo neste instante, clássicos da musica americana ao som de um virtuoso do Saxofone que simplesmente adoro, admito que o mesmo, sempre teve a capacidade de adentar pelos meus ouvidos e imediatamente abraçar com as modulações melódicas todo o meu ser, tirando-me aparentemente da terra e ao mesmo tempo, despertando todo o meu manancial de sentimentos amorosos.
Às vezes, como nesta madrugada em que acordei muito antes do galo, penso que nada mais tenho para escrever, tendo a impressão de já ter escrito tudo, tudinho que fui capaz de perceber, aprender e desfrutar, nesta minha longa e deliciosa vida.
Neste amanhecer de sexta-feira que ainda não clareou, coloquei Chopin, som que acompanhou a minha vida diariamente, até os 18 anos, quando me casei e fui ter a minha própria casa.
Minha mãe e meu irmão eram aficionados em música e tinham um apuro imenso na escolha dos sons que, simplesmente harmonizavam o ambiente e os nossos ouvidos e com certeza, os clássicos para ela e o Jazz para ele, eram indispensáveis e dentro desta maravilha de apuro musical, Chopin e a leveza do piano, com certeza colaboraram e muito para eu ser essa criaturinha apaixonada pela capacidade humana em criar, seja lá o que for.
Neste instante, ouvindo lindíssimas canções, interpretadas por vozes que se eternizaram, musicistas que deixaram indeléveis seus sopros e seus dedilhares musicais, poetas que souberam imprimir em versos a alma humana, deixo rolar emocionada, neste rosto marcado pelo tempo, algumas lágrimas de legítima emoção, primeiro por existir e ter a capacidade avaliativa do belo e do melhor que a criatura humana é capaz de produzir com a sensibilidade de sua percepção, depois, por em dado momento, ter-me decidido estudar filosofia.
Neste amanhecer com o solzinho ainda fraco, mas resistentemente presente no horizonte, saio para dar a minha voltinha pelo quintal e varandas, onde também aproveito para fazer minhas orações, optando em ouvir Beethoven - Moonlight Sonata, pela tranquilidade melódica, tudo que preciso, afinal, irei a Salvador sozinha, o que para muitos pode ser um ato corriqueiro, para mim é uma aventura, já que foram raras as vezes em que precisei andar contando com apenas, minhas perninhas de mulher sempre paparicada.
Ficar só, se dando ao luxo de ouvir as batidas do próprio coração ao ritmo do canto dos pássaros que, lá de fora, comandam suas próprias partituras, deixando a diversidade se harmonizar, formando a mais completa orquestra, possível de ser ouvida, é sem dúvidas um privilégio, do qual, não abro mão.
Ainda bem cedo, antes mesmo do dia clarear, coloquei noturno de Chopim para tocar, pois, há algum tempo não ouvia e como de hábito, abri a porta da sala para ir ao portão apagar o holofote e ao pisar na varanda, fui estancada com um bendito aroma que chegou até a mim, como uma lufada do mais puro perfume de terra e vegetação úmidas das chuvas da madrugada, adentrando no meu todo de apenas um ser humano que a cada instante, se rende as grandezas que é capaz de perceber desta vida, simplesmente maravilhosa.
Agosto é o mês da Cultura Nordestina. O dia 2 de agosto, foi escolhido por ser a mesma data da morte do artista Luiz Gonzaga, o maior difusor do nordeste para o Brasil. O nordestino é um povo que transforma dor em resistência, tenacidade em arte, espalhando pelo mundo, beleza, talento e alegria de viver.
Quem diria que o frio se achegaria tão abusadamente por estas bandas tropicalistas, ao ponto de me fazer vestir meias, casacos e echarpes e trocar o suco de maracujá geladinho, por canecas de chocolate quente.
Quem diria que mesmo com todo esse inverno, meu sabiá amoroso, viria me visitar, trazendo com ele na bagagem, todo um arsenal de inspirações, só para me ofertar.
Não sei a razão, mas neste exato instante, ouço o meu sabiá que por algum motivo que prefiro crer ser saudades de mim, está se fazendo notar com o seu canto estardalhento num singelo galho da amoreira, bem pertinho da janela de onde posso lhe mandar, o meu apaixonado e grato beijo de boas-vindas.
O poema “Se | IF”, escrito em 1895 pelo escritor anglo-indiano Rudyard Kipling (Prêmio Nobel de Literatura – 1907) e publicado pela primeira vez em 1910 numa coletânea de contos e poemas intitulada “Rewards and Fairies”.
Incrível e extraordinário é esta senhorinha acordar e não ter absolutamente nada na mente como inspiração. Vazio total, até mesmo, os costumeiros e espontâneos sorrisos que caracterizam o meu despertar.
O que será que está acontecendo?
Tudo está legal, dentro dos conformes...
Eu poderia fingir que não me importo e até deixar corar o meu rosto ao receber atenção por onde passo, nas raras vezes que saio, principalmente depois, que meu Roberto se foi, mas não posso, pois, confesso que os paparicos que recebo, são como perfeitas esmeraldas que ornamentam a minha alma.
A concessão pessoal é um processo racional em que a pessoa permite a si, algumas opções de atos comportamentais, justificando-os como seu direito.
Geralmente, cada pessoa segue de praxe, condutas previamente estabelecidas pelas regras do sistema social, no qual, se encontra inserida, todavia, isso não significa que vez por outra, fuja as regras de qualquer natureza, oferecendo concessões extras que lhe inspire algum tipo de prazer, já que uma ação está intimamente ligada a outra, uma vez que o sentido compensatório está atrelado as necessidades cognitivas, por mais insignificante que possa parecer, fazendo das ações, pensamentos, sentimentos e emoções, atos continuados de concessões.
Não sei aí, mas por aqui, o danado do frio insiste em permanecer, hospedando-se em minha Ilha sem nenhuma cerimônia e eu, nada posso fazer, além de me adaptar. Não que eu não o aprecie de vez em quando, afinal, sabe ser gostoso, quando moderado, sabe estimular a elegância, entre grossas roupas e um bom vinho, sabe ser aconchegante, quando ao nosso lado, existe uma deliciosa companhia romântica, o que não é o meu caso.
Passei grande parte de minha vida, tentando reconhecer os sinais que os meus sentidos enviavam a minha mente, mas somente ao longo do tempo, compreendi que além de identifica-los, era necessário interpretá-los e essa, era a tarefa mais difícil, pois, esbarrava sempre nos meus quereres, ainda mais, quando a juventude protagonizava os meus instantes, carregada de impetuosidade que a princípio, desconsiderava tudo que ia contra o que minha mente, afoita e curiosa, insistia em vivenciar.
Nesta manhã, o galo já cantou, o dia clareou, mas somente os pássaros esperaram por mim que, preguiçosa, só acordei agora.
Este mês de agosto que ora começa com os seus tradicionais ventos fortes, leva-me a pensar no mais de meio século em que convivi contigo, meu amor e que, foi justamente num agosto friorento do sul do país, entre vinhos, passeios e muitos sorrisos, que surpreendentemente tu fostes embora sem sequer um adeus, deixando nesta tua companheira um vazio incomensurável que confesso, venho arduamente enfrentando, buscando preenche-lo com meus escritos que te fascinavam, com nossos filhos que me cobrem de mimos, com preciosos amigos e com o estímulo de meus pássaros e borboletas que sempre povoaram o lúdico que coloriu o nosso relacionamento de profunda parceria, estruturada numa poderosa amizade que fomos consolidando na bendita aceitação das nossas imperfeições.
Acordei nesta madrugada e a primeira imagem que surgiu em minha mente, foi um comentário que um amigo do facebook, fez em uma de minhas postagens na semana passada, afirmando que sou uma “descobridora de pérolas”.
De onde surgiu o meu improviso, não sei precisar, mas, com certeza, sempre foi a minha mais autêntica realidade, custando-me em algumas ocas...