domingo, 17 de setembro de 2023

NO ESCURINHO DO CINEMA

Estou aqui pensativa, lembrando dos costumes e hábitos de minha infância e adolescência, nos prós e nos contras das educações rígidas e no quanto, apesar disso, nós, jovens da época, conseguíamos nos empoderar, rompendo barreiras e deixando nossos caminhos sendo escritos por nós mesmos, mas levando conosco, aquele senso de limites e de amor, que com a sucessão de anos que se seguiram, fui vendo esmorecer e se confundir de forma assustadora.

Por minha mente, desfilam rostos de pessoas conhecidas do grande público, assim como de anônimos como eu, que na época, acreditavam e ainda acreditam, na força agregadora do amor.

Não estou dizendo que era melhor, mas sem dúvidas era menos agressiva as formas de se reivindicar qualquer espécie de liberdade e direitos, pois os mais sensíveis e foram muitos, preferiram a poesia, a música e as expressões teatrais, que de tão impactantes, estão, até o momento, não nos deixando esquecer dos valores imprescindíveis na condução existencial de qualquer pessoa.

Mas uma coisa é certa; os jovens não morriam tanto, as calçadas eram mais frequentadas e fazer amor era bom demais, assim como beijar no escurinho do cinema.

Alguém aí, experimentou estas delícias?

Texto escrito em 2019- Regina Carvalho



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