Estou nesta manhã, tentando em meio as músicas sensivelmente amorosas e a toda a paz que me cerca, encontrar palavras que sejam capazes de explicar o quanto, me foi difícil ter nascido no miolo do requinte de uma Ipanema progressista e chique, com a influência espiritual de uma Guapimirim linda e liberta, tendo a alma de um apenas beija-flor e a leveza de uma apenas, borboleta.
Oh! Deus!
Como me foi doloroso sentir minhas asas sendo arrancadas e meu jardim íntimo agredido, sempre com a melhor das intenções.
Fui amassada e modelada, como um barro qualquer, criaram em mim uma beleza mais adequada
Pra quem?
Não pra mim...
Eu era livre e minhas emoções gritavam pela liberdade que sufocavam.
O que sobrara daquela menina, à beira do regato?
Uma vida de reconstrução...
Ainda hoje, o formão das lembranças apara aqui e ali, deixando ficar, só o original.
E pensar que tudo foi por amor...
Por que, por que, pra quê?
Por que atraímos pela nossa luz e esta, depois, precisa ser insistentemente apagada para tão somente, compor um lustre dos salões da hipocrisia?
Tudo em nome do amor
Será?
Possível, afinal, ainda se mata por amor e em nome de Deus...
Que humanidade é esta que insiste nas fantasias, rasgando constantemente, as vestes da naturalidade?
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