Parece-me que até os pássaros reconhecem quando estou um pouco mais cansada que o desejado, depois de dias repletos de emoções e se colocam, logo bem cedinho como cantadores mais animados que o habitual, afim de distraírem a minha mente.
De repente, se meu ofício fosse apenas físico, estaria eu, menos exaurida?
Uma noite de sono me seria suficiente para descansar o corpo e repousar a mente?
Talvez...Não sei...
Levanto-me, abro a janela e recebo o rufar silencioso da brisa, trazendo com ela, um mix de aromas que me lembra os dias mais chuvosos?
Será que vai chover ou o sol permanecerá para fechar uma semana encalorada?
Paro de escrever, apoio um dos cotovelos na mesa e aliso a minha testa, permitindo por um apenas segundo, apiedar-me.
Volto a escrever pensando em quem vai me ler nesta manhã, ainda indefinida, tentando adivinhar se assim, como eu, está exaurido o que não significa, triste ou sofrendo por algo, apenas, sugado e desejoso em permanecer quietinho a beira mar, apreciando ondas ou marolas incansavelmente, indo e vindo em beijos intermináveis...
Por instantes, o aroma da maresia me invade e por um instante, deixo de me reconhecer como Regina e me torno areia, relaxando a minha exaustão, nos braços do meu acolhedor mar...
Bendita mente que mesmo exaurida, me oferece consolo...
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