domingo, 10 de setembro de 2023

DUALIDADE

Meus embates com o divino Deus

De assíduos, tornaram-se históricos

Afinal, jamais concordei

Com esta dualidade

Com a qual, me forjou.

Fez de minha alma, doce ternura

De minha mente, sagaz aventura

De meus modos, enganoso recato

De minha imaginação, perigosa tempestade

Capaz de inundar, soterrando o sempre igual

Resgatando a cada instante, o inusitado

Destino cruel, este que me destes

Oh! Deus, senhor dos ventos e das tempestades

Do sol ardente e das noites estreladas

Dos mares bravios, dos suaves regatos

Das flores cheirosas, dos espinhos afiados

Precisava meu Deus, dar-me em completude

A dualidade de tuas criações?

Fizestes de mim, um universo variado

Uma gazela frágil, uma brava leoa

Uma menina dengosa, uma mulher destemida

E ainda não satisfeito, colocastes em mim,

consciência?

Brincastes comigo ou fizestes de mim

Teu experimento?

Seja lá, o que tenha sido

Esquecestes de fazer-me muda

Para calada não questionar

Esse universo de mulher

Que em certa hora de laser absoluto

Resolvestes criar.

E ainda não satisfeito, só para arrematar

Fizeste-me poeta...

E é como tal que te contesto

Enviando-te em textos e versos

As minhas dúbias vibrações

Meio brava, meio amorosa

Meio paixão, meio razão

Meio equilíbrio, toda amor...



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