segunda-feira, 25 de setembro de 2023

SEMPRE O MESMO...

O dia amanheceu, mas o sol continua escondido, meio preguiçoso, sem pressa, afinal, o que não lhe falta é tempo e universo para espera-lo e acolhe-lo e eu, claro, ouvindo pacientemente a PAZ, cantada por Gil.

Todas as segundas-feiras, para mim são benditas, afinal, sobrevivi a mais um domingo aborrecidíssimo, penso então, que não é à toa que muitas religiões escolheram o domingo para louvar a Deus, afinal, só mesmo recorrendo ao poderoso para suportar um dia extremamente enfadonho.


Tá certo, pode até ser pura implicância minha, mas pelo amor de Deus, reconheçam que pra quem não tem uma família numerosa se reunindo na casa da matriarca, até a praia vira um programa chato, já que as areias superlotam e o excesso de xixi, compete com o mar, geralmente de águas translúcidas, sem esquecer dos aromas de dendê e dos intermináveis churrasquinhos se mesclando no ar. Ah! esqueci da Igreja e dos templos, geralmente com os mesmos louvores e a mesma sensação de se estar tentado enganar ao poderoso, fingindo-se bonzinho e generoso, até o momento da oferta, que é claro, dá-se o mínimo possível, afinal, tem que sobrar para a cerveja ou quem sabe, para o ingresso do BAVI que vivem com os pés na segunda divisão, mas pelo menos no estádio se é possível gritar e gritar, deixando para o vazio da porra do domingo, todas as frustrações.

Mas se não tem futebol, com certeza tem o almoço na casa da sogra e aí, depois, só mesmo dormindo para curar o porre da cerveja ou das mesmices, deixando as horas fluírem e a noite, pelo amor de Deus, só restam as gaiatices do Huck e os resumos da semana do fantástico.

Finalmente o sono, ora bem-vindo chega...

Portanto, viva a segunda-feira, repleta de expectativas ou talvez, mais provavelmente, o mesmo trabalho, as mesmas pessoas, as mesmas contas para pagar, o mesmo trânsito infernal, os mesmos políticos, o mesmo tudo e aí, como não se sentir numa fábrica de frustrados e bipolares, só restando sonhar com o domingo do bendito descanso, na esperança de que algo inédito venha generosamente, nos surpreender.

Entendem agora, porque ouço música e escrevo poemas?

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