Nesta madrugada em meio ao silêncio que impera, afinal, nem os pássaros acordaram e tão pouco os grilos se manifestaram como se houvesse um pacto de silêncio, onde apenas o barulhinho das teclas do notebook pudesse ser ouvido, já que também a minha mente prolífera se manifesta silenciosamente.
Não tenho como nos demais dias um assunto específico para escrever e tão pouco me sinto apaixonadamente inspirada, apenas, como um exercício diário, acordo e escrevo e neste circuito repetitivo, talvez, brote algo que me agrade em versos ou prosa, sei lá...
Um pássaro aproximou-se da janela lateral, ainda timidamente oferecendo o seu bom dia e eu, viro rapidamente a cabeça, mas não o vejo, apenas o ouço, percebendo que não está sozinho, neste acordar preguiçoso de sexta-feira e que, assim como eu, parece não ter feito planos ou qualquer roteiro.
Mas quando de verdade o fiz, pela última vez?
Acho que deixei de fazê-lo quando, compreendi que já não era preciso...
Planos para quê, em meio ao céu azul de minha vida plena?
Melhor seria como uma pescadora de vida, manter minha tarrafa no mar, estirada e firme e em movimentos rítmicos, repetir a manobra, só recolhendo venturas que no balanço do mar, se chegam me farturando.
Já não faz tanto silêncio e tão pouco, estou no mar, se bem que ainda posso sentir as marolas, rodopiando-se em minhas pernas, como se mãos macias fossem a reter-me, numa tentativa lúdica de me fazer ficar.
Não sei o que escrever, então, penso no mar e nos abraços quentes, que tão bem, o safado, sabe me dar...
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