quinta-feira, 4 de novembro de 2021

ESSÊNCIA 2

Seguindo nesta linha de raciocínio em que o que é, simplesmente é, volto minha mente para essa tal de naturalidade que queremos em nossas vidas, mas que quando a sentimos em nós, brotando como uma cachoeira farta e limpa, corremos a camufla-la, como se fosse um pecado mortal tê-la em nossas vidas, afinal, são tantas as regras em relação ao que podemos ou não demonstrar que aos poucos, vamos nos tornando um arremedo de nós mesmos e com esta abestalhada postura puramente de influência social, sem maiores conhecimentos sobre o que realmente nos faz bem, vamos levando a vida entre o que somos e o que esperam que sejamos, numa loucura emocional que divide sentimentos e destrói lindíssimas emoções.


E aí, penso que não há nada mais bonito, saudável e agregador que um delicioso sorriso ou uma gostosa gargalhada, quando diante do imponderável, conseguimos compreender que a “coisa” é o que é e que nada que venhamos a fazer, mudará a sua realidade.

Assim, também penso, no quanto serei grata, enquanto viver aos meus pais e minha tia Hilda, pelas demonstrações absolutamente naturais de seus comportamentos no dia a dia de suas vidas, onde o exemplo demonstrou o caminho que eu deveria seguir com a minha alma, não a deixando de fora, o meu sempre querer ser feliz.

Jamais alguém me ditou regras para que eu seguisse, afim de ser feliz, mas no cotidiano de nossa convivência, meu Deus! ...

Quantas demonstrações de humildade, solidariedade, irmandade, dignidade com elas mesmas, mas acima de tudo, conseguiram administrar a capacidade em simplesmente ser o que eram ou seja; pessoas que sabiam o quanto era importante a paz em suas vidas e paz para elas era sinônimo de amor e amor para elas era simplesmente, serem o que eram.

E aí...”coisa” alguma poderia valer mais que qualquer pessoa ou permitir que uma situação, fosse qual fosse,  viesse a tirar delas o foco de si mesmas e do que entendiam como era viver em paz.

E a irreverência se fazia presente como um brinde a cada decisão ou escolha em cada instante de suas vidas, tornando-as eternamente naturais em meio, a um mundo desgastado, viciado e sem qualquer personalidade original.

Cada qual, na originalidade do apenas ser, viveram como reis e rainhas, sorriram e gargalharam como livres criaturas e partilharam as suas vidas, como pássaros livres entre o céu e a terra em meio as diversidades e os muitos conflitos que as rodeavam.

E seguindo nesta linha de constatações, penso nas águas correntes e geladas de meu regato de Guapimirim que banhava-me o corpo, aliciava a minha  alma, estabelecendo o frescor ao meu espírito, levando-me vida  a fora a jamais abrir mão de poder dizer com toda a naturalidade: “vai a merda” ou “eu te amo”.

Simples assim...

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Nesta foto, eu e minha família, tínhamos perdido a maioria de nossos recursos financeiros e econômicos e estávamos literalmente na merda, graças ao Governo Color, mas ao invés de chorarmos ou nos desesperarmos ou o que era pior, trabalhar para morrer para manter um status idiota, tentando vivenciar uma vida que, definitivamente, já não mais nos pertencia, decidimos ser felizes e não foi que conseguimos!!!

Chutamos tudo pro alto e fizemos um brinde a vida, claro que sem vinho, pois, já não dava para comprar, mas com um copinho de água mineral, Jesus!!! bem fresquinha...

E hoje, pensando no passado e na fidelidade em ser feliz, penso nos banhos que eu e Roberto tomamos nos últimos 20 anos em Ponta de Areia e na felicidade que sentíamos por simplesmente estarmos juntos, vivendo as delícias da vida.

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