Nesta madrugada me superei novamente, afinal, são três e trinta da manhã e eu já estou a mil por hora e com um percurso de sete horas de um delicioso sono, portanto, começo o meu dia no silêncio e resgatando lembranças das fartas memórias de uma vida, nadinha convencional.
Ontem, particularmente fiquei abalada com o falecimento da jornalista Cristiana Lobo, indiscutivelmente, uma referência de qualidade profissional e pessoal, assim como chocou-me o assassinato de mais um jovem de pouco mais de vinte anos em plena luz das onze da manhã em Salvador, justo num bairro conhecido como da Paz e que com certeza, não foi o único, neste nosso país das contradições.
Enquanto, a pandemia se recicla em novos e mortíferos vírus, mantendo famílias enlutadas a cada instante, a discussão gira em torno do Carnaval.
E aí, como compreender a mente humana em suas lógicas?
Com certeza, jamais faltarão argumentos que tenham como propósito, justificarem esta e infinitas outras insanidades, como por exemplo, nenhum governo de qualquer instância, tenha focado seus recursos e empenhos no combate a fome e a violência, pelo menos que eu tenha testemunhado que não tenha sido, uma fração absurdamente medíocre, frente aos seus desmandos de todas as ordens.
E então, o que resta é ir vivendo e oferecendo o melhor de si, enquanto, nada contra uma constante maré dos despropósitos.
Não importa quanto tempo ainda eu tenha para viver, sempre estarei me chocando com o nosso declínio social e humano e aí, também na consciência plena de que absolutamente nada posso fazer para estancar esta sangria de inconsequências, lamentando com a também consciência de que, dentro das minhas possibilidades, fiz o que acreditava ser certo, fosse na condução de minha própria vida pessoal, fosse através de todo e qualquer exercício profissional, onde a pessoa humana, sempre esteve como foco de respeito e atenção.
Penso então, que tudo que nos cabe é exatamente, conduzir harmoniosamente, nossas intenções e ações, afim de que o nosso entorno se mantenha vibracionalmente equilibrado, evitando-se assim, emissões desnecessárias de sentimentos e emoções que possam corroborar para qualquer situação onde o equilíbrio, a razão e o amor, não possam se fazer presentes.
Ainda ontem, fui jantar no shopping e como uma criança levada, antes me adulei com alguns mimos pessoais e depois, regalei-me com deliciosas coxinhas de asa, fritas à milanesa com batatas fritas e que de tão bom, fez-me lamber as pontas dos dedos, rindo solto por estar viva e ainda tendo a capacidade de me emocionar.
Viver sem medos, frescuras ou vergonha de ser absolutamente feliz, com a noção exata da própria vulnerabilidade.
Simples assim...
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