Desde que cheguei ao sul, não consegui vivenciar um dia igual ao outro, sequer parecido, então, fui percebendo que o friozinho pelo menos era constante, ainda mais, logo bem cedinho, portanto, aos pouquinhos fui me acomodando entre as cobertas, sempre muito aconchegada ao meu travesseirinho, num consolo necessário, afim de esquentar-me um pouco.
Um dia faz sol, no outro chove e assim, os dias vão passando sem que haja um equilíbrio que me permita voltar ao velho hábito de acordar pelas madrugadas fazendo amor com a vida na companhia de meu sabiá e de minhas sempre animadas borboletas.
E aí, tudo se altera e até que haja verdadeiramente uma adaptação, o corpo sofre e a alma, vez por outra chora de infinitas saudades da minha Itaparica de auroras belíssimas, onde permanecer na cama, era puro desperdício.
E o cheiro, meu Deus...
Às vezes penso que morrerei por não o ter invadindo minhas narinas, percorrendo o meu corpo, perfumando minha vida e ao lembrar dele, como poderei viver sem os arrepios das brisas marinhas adentrando em meu todo de mulher apaixonada, fazendo brotar ideias e paixões alucinantes?
Fecho os olhos, pego carona com as minhas borboletas e mato as profundas saudades, plainando ao redor de tudo que amo, fazendo dos meus atuais amanheceres, sessões dos filmes que as deliciosas lembranças, são capazes de reproduzir.
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