A insatisfação permanente é o único e denso ônus que assola a nossa existência.” “Nossa tarefa existencial é não fazer a diferença e sim buscar a cada instante ser parte integrante do universo, onde reconhecemos ser individualmente elemento fundamental.” “A tarefa de cada criatura se resume em distribuir essências de conscientização da grandeza existencial, que certamente, fará o elemento humano que a absorve, vivenciar a plenitude em ser.” “Alimentar-se, vestir-se, lavar-se, acordar e dormir, ir e vir no dia a dia, deixou de ter a importância suprema de vida para se tornar uma solitária e comum rotina existencial. As consequências deste desatino levam a criatura a perder o foco de suas características próprias, em função do primarismo social.
O CONSCIENTE é como um maestro de uma orquestra sinfônica, sempre atento para que haja harmonia em cada instrumento. Ele não é mais ou menos importante, entretanto, é fundamental, pois determina pausas, espaços e homogeneidade. Ele é, também, um arranjador, adequando melodias a novos ritmos ou fórmulas de apresentação. Sem a sua presença, a orquestra se transformaria em um agrupamento de grandes músicos que fatalmente agrediriam os ouvidos alheios.
Tudo quanto não é assimilado não tem condições de ser entendido e, portanto, enquanto a criatura se mantém à margem de si mesma, repete e repete posturas sem sequer se dar conta, passando por toda uma existência dizendo-se sem sorte ou infeliz, nisto ou naquilo. Ora! Se não há mudança de postura, entende-se que é natural que atraia as mesmas características através seja lá do que for, portanto, viver harmoniosamente é mais do que admitir que se vive, é antes de tudo compreender que a sua vida é tão somente, uma fatia de um incomensurável bolo universal, compreendendo que tudo quanto que se origine desta fatia interfere, adicionando ou subtraindo do bolo como um todo. Em resumo, a criatura precisa reaprender a considerar o fato de estar viva, o seu bem maior a ser vivenciado em detrimento de qualquer outro apelo externo.
Sentir, portanto, a vida pulsando em si deve ser o mais precioso motivo que intencione a criatura a desvendar-se, não permitindo qualquer porta fechada para o cumprimento do sagrado ato constante de absorver do universo nutrientes saudáveis, assim como oferecer a ele os seus próprios nutrientes, que são ricos e incalculáveis na diversidade de seus benefícios.
A partir dessas intenções amorosas, a criatura passa a se sentir mais leve, livrando-se de pressões que nada lhe acrescentam neste ciclo até então capenga, doentio, onde reside a emoção do medo, vibração emocional geradora de inúmeras outras. emoções não menos danosas.
O QUE SERÁ DE MINHA VIDA ?
Tudo quanto eu queira que venha a ser...
Texto extraído do livro "Coerência Existencial"- Regina Carvalho
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