terça-feira, 16 de novembro de 2021

MESMO A DISTÂNCIA- A IDADE É DA PEDRA

Recebi logo cedinho a foto da rua, absolutamente alagada, bem igual, aos vinte anos que nela resido e aí, nem mesmo os 1900 quilômetros que nos separa, foi capaz de tirar de mim o profundo lamento em vê-la nesta situação.


Vinte anos em que imploro por uma intervenção e assim como eu, a grande maioria dos moradores da Ilha, já que calçamento ou asfalto, só aconteceram de uns tempos para cá em pontos específicos, onde o número de votantes era e é expressivo.

Afinal, é preciso garantir a reeleição...

Como minha rua, só tem meia dúzia de votinhos, nem vereador se interessa, só Deus para olhar por nós.

Que coisa, viu!!!

Pelo menos isso os prefeitos acordaram para a vida, depois, que os royalties se mostraram expressivos, afinal, uma besteirinha aqui e outra acolá, cega pelo menos em parte a dura realidade dos caminhos que o erário público segue, sem freios ou contenções, mas tudo, absolutamente legalizado, numa contabilidade que nunca está a favor do povo.

Tudo que eu e alguns mais observadores constataram é que de uns anos para cá, poucos, não resta a menor dúvida, já que dantes, a coisa era mais apertada e restrita, a vida financeira e econômica dos políticos explodiu em sucessos e conquistas, enquanto nós, abestalhados de plantão, continuamos a pisar na lama, a conviver com o lixo, jogado nas esquinas e com o tudo mais sempre, irremediavelmente sempre, a meia boca.

Cala boca dona Regina, papais e mamães fizeram tudo que podiam e a senhora fica aí, menosprezando...

Me poupe, digo eu, pelo amor de Deus...

Fico pensando que ainda bem que existem os projetos Federais e Estaduais que atendem, nem que seja em parte as infinitas demandas, caso contrário, estaríamos bem mais próximos da idade da pedra, tendo o tacape dos tupinambás como única arma de defesa.

E até eu mesma, macaca velha dos bastidores, já aplaudi infinitas vezes, uma obrinha aqui, outra acolá, como se fossem milagres produzidos por um santo prefeito, não enxergando sequer todas as nítidas manobras embutidas nos superfaturamentos, senhora gentil, sempre pronta a atender as demandas pessoais do executivo e do legislativo, até porque, nada acontece de bom ou de ruim, sem que haja a aquiescência de um grupo fiel a seus próprios interesses.

Até quando meu Deus, o tempo e as demandas dos prefeitos e vereadores estarão em dicotomia com as do povo que lhes oferece tudo para que sejam felizes na companhia dos seus?

Novas eleições estão chegando e novamente, ambulâncias e alguns trocados nos serão prometidos, pelos deputados, cheirosos e garbosos, garantindo assim, mais quatro anos de mordomias e status de autoridades a muitos mequetrefes, no cume dos poderes, assim como apoio continuado aos políticos locais para mais uma reeleição, garantia de ganhos de todos os níveis para meninos e meninas de coração apaixonado pela cidade que adentram na vida pública, sem eira nem beira, mas que logo depois, aparecem charlando e nós, aplaudindo e invejando e até, chamando-os de “doutor.”

Pode uma coisa desta, ser real em pleno século 21?

O tacape tem que ser acertado em nossas próprias cabeças.

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