Hoje estou mais poética que nos demais dias, certamente um pouco nostálgica de saudades do que ficou para trás e que foi muito vivido com todo o entusiasmo em épocas diversas e que me marcaram a ferro e fogo, sem, no entanto, causarem dores.
Estranho usar este recurso de linguagem para expressar amor, mas é o mais forte que neste instante, me vem a cabeça.
Ferro e fogo, brasas dilacerantes que em mim, adentraram como águas correntes que lavavam tudo quanto, não agregavam valores amorosos.
Neste instante de minha vida que se encurta, mas não se estreita, posso mensurar sem sombras de dúvidas que fui a mulher mais venturosa desta vida, já que provei de tudo um pouco, do fel ao mel e consegui em todos os momentos, lamber os lábios e dizer: Graças a Deus!
Fui infinitas vezes Rainha aos sabores dos gozos que as circunstâncias me ofereciam e eu abusada agarrava e me deliciava sem pudores ou hipocrisias, fui escrava, submissa, quando o gozo da submissão inundava o meu coração de ternura, induzindo-me a oferecer o trono a outrem, fui megera, sempre que a vida, madrasta carrasca, pisava em mim, fui infinitas vezes, apenas um beija-flor, quando a primavera adentrava sem pedir licença em mim.
Enfim, de tudo um pouco eu fui, inclusive tua...
E aí, observando teu olhar melancólico, circulando a simplicidade de minha casa e a riqueza da paz que nela reinava, perguntando a si mesmo, mas em voz alta: “Tudo tão simples, como é possível”?
Naquele mágico instante, pensei e desejei loucamente que a minha simples e envolventemente rica paz te seduzisse...
Tu te lembras, meu docinho.?.
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