quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

UMA DAS RAZÕES...

Neste amanhecer ainda sem sol, mas que certamente, logo chegará, trazendo com ele, um calor como dantes ainda não vivenciado aqui e por todo este planeta, numa disfunção explicita, levando-me a pensar no poder de qualquer natureza e as geralmente, desastrosas atuações daqueles que o alcançaram.

O poder que fascina e que impulsiona o ser humano a quere-lo em alguns casos, a qualquer preço, sem que haja, qualquer capacidade cognitiva que lhe garanta um mínimo de estabilidade psíquica e emocional que possa garantir um mínimo de controle pessoal, bastando que se estude a vida da maioria dos mesmos, antes do poder fazer parte de sua realidade.


E aí, de um momento em diante, lá está a criatura adentrando num universo de atribuições que vão além de si mesmo, sem que esteja preparado e mesmo que o tivesse, ainda assim, estaria adentrando num território desconhecido, repleto de nuances, onde as demais vidas, doravante dependerão dela, para estarem minimamente bem.

Essa absurda responsabilidade atravessa a mente da criatura e em seguida, é envolvida pela névoa do absolutismo que a faz acreditar que, de repente, tudo há de poder, estando no poder, justo ela que até então, encontrava-se em meio ao próprio caos existencial, agarrando-se nas muitas tábuas, para delas fazer ponte para alcançar o poder, como se esse, viesse a ser a sua redenção pessoal, arrancando como por encanto, seus males e desacordos íntimos.

Ledo engano, afinal, logo perceberá que de imediato a solidão será a sua mais fiel e leal companhia e que as grades do continuísmo, o aprisionará entre os infinitos interesses de uma corte sempre sedenta do saboroso vinho das improbidades, servido sem medidas nos banquetes do palácio.

O poder seja ele qual for, estará sempre a espera daquele que por não dominar seus infernos pessoais e sequer enxergar valorizando os sois que alimentam suas vontades, imagina-se capaz de controlar com justiça, grandeza e sabedoria, um grupo, cidade ou uma nação.

Analisando por este prisma é mais razoável compreender uma das muitas razões, que impedem que a humanidade se humanize...

E de um suposto prospero Líder, transformar-se-á em apenas mais um, na sucessão dos experimentos sem consistência que o sustente, repleto do ouro dos tolos e coberto dos confetes e serpentinas da própria vaidade.

Regina Carvalho- 11.01.2023 Itaparica

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