Textão para quem quiser ou puder ler.
Faz tempo que tenho evitado ver e ouvir os noticiários, afinal, as desgraças e a miséria humana, são seus pratos feitos do cotidiano.
O feijão com arroz, foi substituído pelas guerras interpessoais, o ovo frito, pelos conflitos urbanos, o tomate e o alface, pelas mazelas da saúde, restando no prato do desnutrido cidadão, a falta de esperança, compensada com os trios elétricos, os sitcons televisivos e os assistencialismos escravizantes, ficando a sobremesa reduzida a uma educação medíocre, onde o sabor fugaz de frutas das gelatinas universitárias se derrete, ainda no céu da boca, pela inconsistência da qualificação adequada e pelas perspectivas futuras inexistentes.
Há muito, após ler infinitos artigos e teses sobre ética, humanização e lógica, desde as conclusões pré socráticas, até os entendimentos acadêmicos atuais, encontrei razões para concluir que raciocínios lógicos, sobre os comportamentos humanos em termos agregativos de valores éticos e morais, jamais fizeram sentido nas práticas políticas de qualquer tempo, daqui, deste Brasil Varonil ou de qualquer parte deste globo terrestre, onde humanos gerenciem um sistema que a priori, deveria ser em prol do bem comum.
Penso então, nos governos baianos, mas poderia ser de todas as cidades brasileiras, que década após década, afirmam não terem recursos financeiros para capacitarem e manterem dignamente os hospitais de cada cidade, no que incluo o de Itaparica, que atende na pratica, três municípios e que poderia de forma humana e decente evitar transtornos e mortes absolutamente desnecessárias, equipando-o de máquinas e profissionais, afim de eliminar as infinitas demandas que se apresentam cotidianamente, evitando que ele, apenas, exista como mais uma unidade de saúde de maiores dimensões, para curativos e pequenas intervenções, mas acima de tudo, para servir prioritariamente como cabide de empregos para que políticos possam atender os seus favorecidos.
Por uma questão de lógica, deduzo que, certamente, a regulação não determinaria a vida e a morte dos cidadãos.
Se os recursos, também fossem devidamente direcionados para recuperarem o já falido e vergonhoso sistema de transporte Ferry Boot, afim de que, a população pudesse ter um ir e vir, limpo e seguro, com embarcações que não fossem sucatas, dispensadas pelos gregos, mas compradas pelos governos baianos a peso de ouro, assim como, os investimentos de milhões e milhões em projetos ilusórios, mas eleitoreiros como a famigerada “PONTE”, como nas intermináveis festinhas “rega bofes”( festejos de muita folia, onde se come e se bebe fartamente), mas que, geralmente, se limita ao camarote dos prefeitos e seus convidados.
Que coisa, viu!!!!
Penso então, que se essa tal de humanização se encontrasse com a tal da ética (prima irmã da moral), e ambas, finalmente, desfrutassem de um salutar romance com a decência, provavelmente, deste enlace amoroso, nascesse a bendita lógica.
Somos um dos 417 municípios, onde esta carência amorosa se apresenta e aí, como não mensurar o quanto, essa lógica tem sido abortada, devido aos romances sem conteúdo que se sucedem, levando-nos a crer de quatro em quatro anos, que desta vez, vai ser sério o romance...
Mas aí, o período eleitoral termina e o romance acaba, os sonhos são abortados e nós, os espermas sobreviventes, crescemos e envelhecemos, como sucessivas e eternas crianças desnutridas, sendo sistematicamente iludidas com pracinhas, fogos, shows, penachos coloridos e obras superfaturadas que se desmancham a cada inverno.
Afinal, sonhar é preciso...
SEM RESPEITO E EDUCAÇÃO, A CIDADANIA NÃO NASCE E SEM ESTAS, JAMAIS EXISTIRÁ REAL SENTIDO DE HUMANIDADE.
OBS: Segundo o jurista Dr. Dalmo de Abreu Dallari: “A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo”. Colocar o bem comum em primeiro lugar e atuar sempre que possível para promovê-lo é dever de todo cidadão responsável.
Regina Carvalho-17.01.2024- Itaparica
Nenhum comentário:
Postar um comentário