sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

DESPENCANDO DA LUA

Estou rindo sozinha enquanto, escuto Lady Gaga, cantando Fly me to the moon, tudo porque, esta minha mente, sempre muito ágil, logo me remeteu a fatalidade dos fracassos amorosos, principalmente, quando, se está envolvido em laços, matrimoniais.

Pois é, quando se é jovem, é fácil acreditar que se encontrou a sonhada alma gêmea, não demora muito para que ambos, não consigam mais atingir a lua dos romances encantados e apesar de serem óbvias as razões, muitas vezes, leva-se anos para que se possa compreender que quando, as emoções evaporam, não se tem mais como recuperá-las, por mais esforços que sejam empreendidos por um, ou pelos dois, já então, desencantados amantes.


E é exatamente, neste impasse, que surgem os amantes, forma infantil de escrever um novo capítulo da mesma história, já que, fatalmente, o escritor é medíocre e incorrerá no erro de reescrever o já sonhado e desastrosamente, fracassado romance.

Pense aí, se o que vou relatar, já aconteceu com você:

Mulher deseja um homem que seja, gostoso, viril, bem apessoado, não (necessariamente bonito), que ganhe bem, seja ambicioso, que sonhe alto, sem roncar e fora da cama e que, não esqueça de lhe trazer mimos e lhe cobrindo de atenções, após, um dia árduo de trabalho, cercado de gente chata, tendo enfrentado um trânsito caótico, na ida e na volta, comido mal e fora do horário( isso, quando dá tempo) e ainda chegar em casa, louquinho pra transar e dizer; eu te amo em meio a beijos alucinados, contas dos cartões de credito, do condomínio, etc., e tal e um punhado de criança, disputando a sua atenção.

Homem dos dias atuais ao chegarem em casa, suados e cansados, esperam que a mulherzinha, já tenha colocado as crianças pra dormir, que o jantar esteja servido, que ela esteja linda, cheirosa e prontinha para compreender o quanto, ele esteja acabado em todos os sentidos, mas esperando que ela, a super mulher esteja lá, a sua disposição e ainda, se necessário, tenha que dividir com ele as despesas.

E aí, fico pensando em como alguém, nos dias atuais e com tantos exemplos desastrosos, ainda possa acreditar que com ele ou ela, será diferente?

Qual a solução para se chegar à lua e dela, não despencar?

Confesso que não sei, talvez, o mais viável, fosse, apenas, cada um viver em sua própria casa, com suas próprias despesas e só se encontrarem, naqueles momentos em que verdadeiramente se desejam e, necessitam da companhia do outro, afinal, como seriam momentos especiais, a aura de amantes, dominaria o ambiente e tudo, seria perfeito.

Mas Dona Regina, e o sentido de família?

Isso ainda existe? 

Afinal, está tão desgastada e multifacetada, que realmente , só se expressa na forma tradicional, nos momentos festivos, nos fleches para a posteridade, assim como enfadonhas férias anuais, onde só com muita bebida épossível,suportar.

De repente, esta sugestão que nada tem de inédita, poderia salvar as afetividades, os carinhos, o respeito, a individualidade, o tesão, através de uma sincera amizade, laços de uma nova e sempre surpreendente, forma de amor.

Penso que a rotina entedia, sufocando o melhor que existe na vida, que é o encontro apaixonado de duas pessoas que se desejam.

E as crianças, Donna Regina?

Esse é um outro maravilhoso e absurdamente complexo capítulo, que só em pensar, me arrepia!!!!

Regina Carvalho- 1.01.2024 Itaparica

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