Neste amanhecer nublado, a reflexão toma proporções enfreáveis, forma das energias vibrantes da vida, fazerem balançar nossos propósitos, que nem sempre são, tão possíveis quanto, nossas mais entusiasmadas intenções.
Se o vento forte é capaz de derrubar árvores e telhados, com a mesma poderosa força, as brisas fazem as palhas dos coqueiros dançarem languidamente, no salão de seus habitares...
Cada qual, em perfeito acordo com a natureza, numa incrível completude...
Tudo a seu tempo, tudo a sua hora, tudo ao seu momento, tudo, menos o homem na avareza de sua, não menos incrível, insensatez...
De esperma, nos formamos gente
De gente, nos formamos armas
Como armas, mais do que nunca,
Nos tornamos, indivisivelmente sós...
Um ciclo que não se quebra
Um aprendizado que não absorvemos
Uma brisa que sequer observamos
Em meio aos devaneios íntimos, nem os ventos fortes que somos capazes de produzir,
impedem a chegada das tempestades,
mesmo que rápidas, não menos destruidoras...
Tola criatura humana que como arma destruidora,
Sequer mensura que o alvo do tudo mais,
que mira, com a vaidade da arma de si mesmo,
tem em seu centro, sua própria miserável existência.
De esperma à condição de indivisivelmente, só
No deserto ressequido de sua incrível, estupidez.
Regina Carvalho- 25.01.2024- Itaparica.
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