terça-feira, 2 de janeiro de 2024

INQUIETAÇÃO

Não sei você que me lê, mas vez por outra, acordo inquieta e confusa, querendo algo e ao mesmo tempo, dispensando logo em seguida, num enfado sem aparente lógica que o justifique.

Sento pra escrever, escolho uma música na playlist (nem sei se é assim que se escreve afinal, nem sei escrever corretamente o  português) e em seguida, busco outra e mais outra, colocando defeito em cada uma delas, enquanto, ao longe posso ouvir os pássaros que, provavelmente, não desejosos de serem contaminados com esta minha inquietação, fazem a festa matinal, nos jardins dos vizinhos.


No entanto, talvez, preocupado em não me deixar sozinha e inquieta, também vez por outra, o sabiá, vem e dá uma chegadinha num dos galhos da amoreira e se mostra, afim de me fazer entender, que independentemente de como eu me sinta, ele está por perto, com o seu bem-querer.

Por enquanto, apesar do extremo calor, o sol ainda não apareceu, deixando o céu com um véu acinzentado, assim como eu, querendo e não querendo expandir seus raios de luz, num enfado, talvez, preguiça desta mesmice, buscando no ir e vir das escolhas e decisões, um bendito inédito que acelere o coração, seque a boca e faça tremer as pernas, resgatando velhas emoções, fontes inesgotáveis de sorrisos e certezas, mesmo que realisticamente, pontuais.

E aí, penso que janeiro mal começou, mas o gás acaba de subir outra vez e por dedução de uma mesmice enfadonha, a gasolina também subirá, assim, como um tudo mais, numa sequência infalível, engolindo sem qualquer novidade, o mísero aumento de 92,00 do salário mínimo...

E o povo, ainda dá, graças a Deus, aplaudido os FDP, que se reúnem no Congresso Nacional, para depois, de muitas análises, entre doses de whisky escocês ou vodca russa, decidirem o quanto, oferecerão, afim de manterem a maioria esmagadora do povo, acreditando que seu político de estimação, é bonzinho...

Haja crenças, trios elétricos, atrações musicais, fogos de artifício, influenciadores digitais, animadores televisivos o ano inteiro para fazerem das mesmices programadas, gotas de poderoso anestésico, que faz suar e entorpecer.

Mesmo inquieta e enfadada, ainda sou capaz de ponderar que a pior e mais devastadora droga existente no Brasil, não é a maconha, a cocaína e o crack e sim, a estupidez alienante da falta de educação, que anula o natural brio e consequente dignidade, com altíssimo ônus e visíveis e dolorosos, efeitos colaterais.

Bom dia Dona Regina, trate de se conformar, afinal, político bonzinho, rouba descaradamente e ainda, nos fode sorrindo, mas faz ...

O que faz de valor agregativo a um real desenvolvimento humano é que ninguém consegue explicar.

Mas tudo bem, daqui a pouco, chega o carnaval com confetes e serpentinas, estimulando o povo, novamente a dançar na boquinha da garrafa.

“E o índio é que precisa ser civilizado”!!!

Regina Carvalho-02.01.2024-Itaparica

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