Dentre as decisões mais difíceis que já precisei vivenciar em minha vida, com certeza, ter que optar entre a razão, as emoções e as pressões sociais, tem sido muito complicado.
Durante grande parte da minha vida e acredito da vida de qualquer pessoa, que beire a minha idade, talvez, o de ter consciência das fundamentações de suas escolhas, não permita, em sua maioria que os impulsos emocionais e midiáticos, determinem o que parece ideal a cada momento, evitando assim, um manancial de alternâncias de ações e reações, geralmente, estimuladas pelas pressões, vindas do ego ou da ignorância, que insistem em garantir a si mesmo; “eu não posso perder esta oportunidade”, seja lá, no que for.
Decisões mecânicas, acabam por inserir a pessoa, num contexto impessoal, que a marginaliza sob o rótulo de elemento da massa.
Geralmente, o gatilho disparador é quase sempre, a necessidade de estar ou se inserir em determinado grupo, por diversos motivos, evitando assim, o isolamento social ou a garantia de sobrevivência de qualquer aspecto de sua vida, sem que ela perceba que na realidade, a autenticidade genuína da opção, desviou-se de sua essência, que provavelmente, sob a direção racional, não aconteceria e daria chance a outra ou outras opções.
Portanto, esta premissa que apresento, fundamenta a constante retórica que marginaliza com a alcunha de “massa humana”, onde não há, qualquer lógica racional que a justifique, na intensidade em que se apresenta e muito menos, é fundamentada com bases precisas, individualmente, já que se cada elemento for questionado, não saberá com exatidão e coerência, justificar-se quanto a escolha., limitando-se a repetir os jargões previamente elaborados por quem, de direito deles se beneficia.
Esta alienação pode ser percebida como se estrutura, não só, nas primeiras manobras educacionais domésticas, como se reforça através da educação formal, onde não há aprofundamento, quanto ao entendimento ético e não apenas moral, em pelo menos dois lados de uma mesma questão, afim de se escolher, abrindo desta forma um leque de conhecimentos que, mais adiante, serviriam de parâmetros para as suas escolhas.
Todavia, se já está difícil a transmissão dos princípios básicos de convivência familiar e escolar, além do português e da matemática, quase impossível, esperar-se que algo deste quilate agregativo, possa ser ministrado nos tempos atuais, em meio a parafernália de influenciadores digitais, ministrando “valores” que se confundem em volume e variedades, mas sempre com uma pérfida mensagem camuflada, através do engraçado e da ostentação, com as cores e os sons de um contínuo sucesso, o que tornam validas, suas afirmativas.
Para todo aquele que foi educado com base entre o certo e o errado e o bom e o mal, distinguindo-os em suas importâncias, com certeza, os dias atuais, onde tudo é relativo e pode ter uma finalidade especial, certamente, dificulta a administração do cotidiano...
Afinal, nos tempos atuais, possuir e ostentar “opinião própria”, balizada nos fundamentos sagrados da ética que devem nortear o sentido de moral que é adaptável as diferentes culturas, assim como as emoções que possam ser despertadas em cada um, certamente, precisa sempre ser punida, pois a regra fundamental é permanecer maleável, atropelando se necessário a si mesmo e ao tudo mais.
E aí, é possível compreender a violência como ela se apresenta em todas as suas vertentes, também ostensivamente, como uma chaga social que quando, não mata, aprisiona, flagela e faz sofrer.
Lema para o sucesso; “o que importa sou eu, o resto é resto” sem se aperceber que o chorume do lixo comportamental que descarta, também o contamina.
Regina Carvalho-07.01.2023- Itaparica
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