terça-feira, 9 de janeiro de 2024

BENDITO Sol DA ESPERANÇA, cadê você?

Com certeza, não tardará, talvez, esteja como eu, com uma leve preguicinha.

Estou aqui olhando para a tela do notebook e ao mesmo tempo, vigiando o céu, numa torcida braba para que ele venha, contrariando as expetativas meteorológicas, até porque, estou precisando de algo novo para me sentir fora da mesmice que ronda ou já se estabeleceu em tudo por tudo, trazendo falsas realidades.

Às vezes, sinto que estou desanimando e aí, recorro a todos os subsídios que disponho em termos emocionais e lógicos, para continuar caminhando sem que o brilho do entusiasmo que chamo de esperança se apague, mas rapaz, confesso que não está fácil, assim como posso perceber, esta mesma impotência, registrada nos olhares apáticos, nos rostos tensos e nas indiferenças que a cada dia, se expressam mais contundentes, nos relacionamentos de todas as naturezas.


Sol de vida que alegrava a tudo e a todos, onde anda você?

Penso então, nas concessões que fomos permitindo que se insinuassem em nós, em forma de justificativas, afim de que, alcançássemos os nossos objetivos, sem nos apercebermos de toda a gama de induções que nos induzia a banalização do justo e do nobre, levando-nos a acreditar que estávamos , nos inserindo numa modernidade, trazida pelo progresso.

 E quem, afinal de contas, não deseja acompanhar a evolução, seja lá do que for?

As retóricas de que a “vida é assim”, “sozinho nada posso fazer”, “este mundo está perdido”, “só Jesus na causa” e muitos outros, justificam a inércia, para tudo aceitar sem qualquer resistência, porque, também, todos temem as reações, que dia após dia, mais se tornam previsíveis e desastrosas.

E aí, é possível explicar o alto grau de insatisfações, apatias e revoltas em forma de violência que hoje, mais do que nunca se apresenta, seja numa constante libertinagem de todos os níveis, onde a cada instante, o certo se confunde com o errado e o inadequado, se apresente como devido.

Até a natureza há está confusa, trocando seus naturais movimentos, extremando-se constantemente, num desespero visível, mas nem assim, somos capazes de escutar e enxergar o bendito Deus que veneramos nas Igrejas, templos e sinagogas, rogando a nós, um tal de bom senso que se esvai a cada instante, pelos bueiros, ralos, mares, rios, geleiras e calçadas, deste planeta moribundo que só faz, pedir socorro...

Regina Carvalho- 09.01.223- Itaparica

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