Observo que na medida em que mais vivo, estudo e analiso baseada em fatos e registros, jamais me dando ao luxo dos achismos, mais descrente e medrosa do ser humano vou ficando, como também, mais aflita em reter fagulhas de esperança.
Faço parte de uma geração, certamente a única que precisou se adaptar sem que a maioria, tivesse tempo hábil para assimilar, tudo quanto, pipocava frenético, tanto nas ciências, quanto nas tecnologias, mudando aos trancos e barrancos, hábitos e costumes de todos os níveis e pior, sendo educados familiarmente e academicamente, por mentes atávicas, presas fossem por condicionamento ou medo a uma realidade que se mostrava ostensivamente ultrapassada.
E aí, gente esquisita como eu, até tentou seguir a cartilha, mas poucos conseguiram, então, fomos migrando cada qual, seguindo o instinto de suas essências e esta premissa é uma realidade incontestável, afinal, em tempo algum desta humanidade, houve um conglomerado de potencialidades por todo o planeta.
Gente criando novos e surpreendentes sons, movimentos artísticos de todas as dimensões eclodiam nas cada décadas dos últimos 90/100 anos, meninos e meninas, optaram pelos aparentes solitários laboratórios, fazendo surgirem preventivos, paliativos e curativos elementos químicos, assim como, através de mentes e mãos hábeis, o corpo humano em sua totalidade, jamais antes tinha sido tão fatiado e compreendido.
Por outro ângulo, toda uma absurda profusão de outros, se aturdia, se integrando a uma proliferação crescente de conjuntos da miséria de todos o níveis e ai, não faltaram os especialistas neste ou naquele aspecto social, humano e psicológico, oferecendo as mais doutoradas explicações e possíveis soluções.
Neste balaio de gato, cá estou, como mais uma modesta mulher, que abriu mão de quase tudo, só para mergulhar nas emoções humanas, não com a pretensão de criar este ou aquele mecanismo de salvo-conduto humano, afinal, faltou-me espaço e competência, todavia, modestamente, busquei compreender, registrando, o que me parecia um tremendo paradoxo, afinal, ainda hoje, mais do que nunca, tento entender como ainda é possível que estejamos na categoria dos animais racionais, já que como Tigres e leões, nos enfrentamos em contínuas disputas nos mais variados territórios ou tão somente, como hienas e carcarás, disputando carniças numa seara, cada dia mais sofrida, escassa e inóspita, chamada de planeta terra...
Por que senhor, tudo parece não mais fazer sentido, além do sol que aquece, da chuva que nutre e do solo que abriga, brindes da vida, que tenazmente a tua criação racional, tenta destruir com as mais profundas insensatezes?
Regina Carvalho-20.01.2024- Itaparica
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